IDOSOS/maustratos Violência contra idosos acontece tanto nas famílias como nas instituições
idosos/maustratos
Violência contra idosos acontece tanto nas
famílias como nas instituições
Livro Maus-Tratos
a Pessoas Idosas, que é apresentado na terça-feira – 19.03.19 -, reúne maus
tratos trabalho de vários autores e
inclui vários temas desde o tipo de violência exercida sobre os mais velhos às
estratégias de prevenção, detecção e intervenção, passando pelo envelhecimento
das pessoas com deficiência.
25 de Fevereiro de 2019, 16:03
1 em cada 3 idosos, em Portugal, é vítima de maus tratos. |
Livro
lançado amanhã pretende sinalizar e intervir nas situações de maus tratos de
idosos ADRIANO MIRANDA
Os
maus tratos e a violência contra pessoas idosas são fenómenos que vivem do
silêncio e existem tanto nas famílias como nas instituições. Sobre o tema surge
agora um livro para melhor detectar, prevenir e combater estes casos.
O
livro Maus-Tratos a Pessoas Idosas, que é apresentado na terça-feira, reúne trabalho de
vários autores e inclui temas que vão desde a tipologia dos maus tratos,
estratégias de prevenção, detecção e intervenção, violência em contexto
familiar e institucional, envelhecimento das pessoas com deficiência até ao
suicídio nos mais idosos.
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Segurança Social mandou fechar 109 lares de idosos,
12 com urgência
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Em
declarações à Lusa, um dos coordenadores do livro apontou que a obra pretende
ser não só um manual que consciencialize e sensibilize para este problema, mas
também que ajude a sinalizar e a intervir nas mais
variadas áreas.
De
acordo com Mauro Paulino, os maus tratos contra os idosos são um fenómeno que
vive do silêncio, "à semelhança do que acontece com outras manifestações
de violência".
"Há
aquilo que nós chamamos de fenómeno icebergue. Muitos dos casos estão no
silêncio, seja por receio da vítima, seja pelo silêncio das pessoas que sabem
destas situações, mas não as denunciam", apontou, sublinhando que os maus
tratos não são uma realidade exclusiva nas famílias. Mauro Paulino destacou que
"também há maus tratos em contexto institucional".
"Os
maus tratos em contexto institucional é um tema mais recente, porque na
consciência social, se colocamos um idoso numa instituição, a ideia é que lá
ele seja bem cuidado e bem tratado", explicou, acrescentando que a
sociedade está mais desperta para quando os maus tratos acontecem na famílias.
O
coordenador apontou que a violência institucional contra os idosos pode
traduzir-se na precariedade da
assistência, medicação excessiva para os
idosos estarem menos activos e darem menos trabalho, desnutrição, desidratação,
falta de higiene ou mesmo situações de idosos amarrados a camas.
Por
oposição, a violência familiar tem uma expressão mais individualizada, tanto da
parte da vítima como do agressor. Defendeu que a fiscalização é fundamental e
sublinhou que há cada vez mais a noção das várias formas de violência e de como
podem ser identificadas.
"Ficamos
muito presos à ideia de que os maus tratos a pessoas idosas são apenas os maus
tratos físicos ou então questões financeiras e de exploração material e nós
chamamos a atenção também para os maus tratos psicológicos que muitas vezes são
associados à componente física, mas também ao não respeito pela
dignidade", apontou, acrescentando que muitas vezes também há uma relação
com situações de negligência e abandono.
Mauro
Paulino salientou que os autores do livro sentiam duas grandes lacunas, entre
material pouco actualizado e disperso, destacando que a obra traz "duas
grandes vantagens": capítulos devidamente actualizados em termos de
referências e toda a matéria devidamente compilada.
Por
outro lado, destacou que o livro inclui grelhas que tanto os profissionais como
os familiares podem usar de modo a fazerem um diagnóstico e a perceber a
diferença entre uma situação acidental ou um caso com dolo.
Dá
como exemplo o capítulo referente ao enquadramento jurídico-penal, explicando
que serve para ajudar os profissionais a perceber o que é que um tribunal
precisa de entender sobre o que se está a passar e assim "conseguir mais
condenações ou pelo menos mais elementos de prova para que a investigação
criminal avance".
"Este
livro traz grelhas, traz tabelas, ferramentas, traz inventários de instrumentos
e de metodologias que podem e devem ser utilizados por quem lida com estas
problemáticas, com visão de reacção, mas também de prevenção", adiantou.
O
responsável explicou ainda que o livro tem uma "visão completamente
pragmática virada para a sensibilização e identificação, mas também para o
tratamento deste tipo de violência, com modelos de intervenção, instrumentos de
detecção e de avaliação que são fundamentais aos profissionais e
cuidadores".
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