MOÇAMBIQUE/Onuidai Brasileira está na linha de frente da ação pós-ciclone em Moçambique
MOÇAMBIQUE/Onuidai
Brasileira está na linha de frente da ação pós-ciclone em Moçambique
PMA
Karin Manente, representante do PMA,
coordena a resposta humanitária da ONU e seus parceiros em Moçambique
Karin Manente é representante do Programa Mundial da
Alimentação, PMA, no país; ela conta à ONU News o que viu no
primeiro contato com as áreas
afetadas pelo ciclone Idai, que passou há uma semana. As mortes subiram para 242 e mais
de 660 mil pessoas estão deslocadas. Sofala foi a província mais assolada
pelo desastre.
A
representante e diretora nacional do Programa Mundial de Alimentação, PMA, em
Moçambique disse à ONU News que as pessoas nas regiões mais afetadas pelo
ciclone Idai “perderam tudo”.
Karin
Manente, que está na linha da frente do apoio às vítimas do ciclone, falou à
ONU News em Maputo e contou o que viu no primeiro contato com as áreas afetadas
pelo ciclone
ONU e parceiros humanitários
na linha de frente da ação pós-ciclone em Moçambique, by PMA
Neste
momento, já existem 242 mortes confirmadas. Mais de 660 mil pessoas estão
deslocadas em Sofala, a província mais assolada do país.
O
que viu e testemunhou na Beira e Sofala?
Primeiro,
quando cheguei lá, fomos para o Centro de Operações de toda a resposta
humanitária, liderada pelo governo. Muitas pessoas já estão lá dando apoio, com
a liderança do governo e a equipa humanitária.
Depois,
fomos para o armazém do PMA. O armazém do PMA está praticamente destruído, com
muitos danos, conseguimos salvaguardar a comida, a maior parte da comida, que
já estamos usando nas distribuições às pessoas afetadas
Depois fomos para um centro de acomodação na cidade da Beira. As condições estavam precárias. Precárias porque muitas famílias lá, 900 famílias, estão numa escola e escaparam das suas casas com muito pouco, praticamente só com a roupa que estava no corpo. No centro de acomodação se viam pouquíssimas coisas. Então, está difícil. Muita gente, no mesmo local, com muita pouca coisa. Comida já estava entrando, tanto do governo como do PMA, mas faltava outras coisas básicas. Esse esforço está em andamento.
Depois fomos para um centro de acomodação na cidade da Beira. As condições estavam precárias. Precárias porque muitas famílias lá, 900 famílias, estão numa escola e escaparam das suas casas com muito pouco, praticamente só com a roupa que estava no corpo. No centro de acomodação se viam pouquíssimas coisas. Então, está difícil. Muita gente, no mesmo local, com muita pouca coisa. Comida já estava entrando, tanto do governo como do PMA, mas faltava outras coisas básicas. Esse esforço está em andamento.
Aí
fomos também para uma aldeia que foi muito afetada pelas cheias. Vimos uma
aldeia que foi praticamente submersa. Devia ser só os tetos assim. Em algumas
partes da aldeia devia ser só os tetos. Aterrizamos num lugar, num sítio lá da
aldeia onde conseguimos aterrizar.
Tinha
muitas pessoas, porque era um lugar mais seguro, esperando a comida. Também
tinha chegado a comida lá do PMA, biscoitos enriquecidos que iam ser
distribuídos para as pessoas que estavam lá naquele centro, pode-se dizer, onde
estavam. As pessoas que não tinham perdido as casas. As pessoas perderam tudo.
As pessoas da própria aldeia, naquela área onde estavam no teto e tal. Mas as
pessoas que estavam em lugares longínquos da aldeia perderam tudo. Tudo. As
casas, tudo. E todas as pessoas da aldeia perderam.
Então
essa é uma preocupação grande, a segurança alimentar dessas pessoas. Hoje, e
até à próxima colheita, uma assistência vai ser necessária. Essas foram as
impressões da viagem que fiz à Beira ontem.
Que
necessidades de financiamento existem?
PMA/Deborah Nguyen |
Então,
o apelo humanitário que vamos fazer também leva em conta as cheias que se
seguiram depois do ciclone. Esse trabalho está sendo feito agora.
A ONU e os parceiros humanitários estão
aumentando o fornecimento de suprimentos emergenciais de alimentos, abrigo,
água e cuidados de saúde para centenas de milhares de pessoas que foram
afetadas em todo o Moçambique, Malawi e Zimbábue
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