CRISTIANISMO/triunfalismo Papa alerta para tentação do «triunfalismo» e fala em batalha contra o Mal na Igreja
CRISTIANISMO/triunfalismo
Papa
alerta para tentação do «triunfalismo» e fala em batalha contra o Mal na Igreja
Abr 14, 2019 - 10:02
«A guerra é entre Deus e o príncipe deste mundo, e não se trata de empunhar
a espada, mas de permanecer calmo, firme na fé», disse Francisco
O Papa Francisco presidiu hoje (14.04) no Vaticano à celebração do Domingo
de Ramos, que dá início à Semana Santa, e alertou para a tentação do “triunfalismo”,
a que se opõe o “caminho da humildade”.
“O triunfalismo vive de gestos e palavras, que não passaram pelo crisol da
cruz; alimenta-se da comparação com os outros, julgando-os sempre piores,
defeituosos, falhados… Uma forma subtil de triunfalismo é a mundanidade
espiritual, que é o maior perigo, a mais pérfida tentação que ameaça a Igreja”,
disse, na homilia da Missa que decorreu na Praça de São Pedro, perante milhares
de pessoas.
No centro da praça, junto ao obelisco, o Papa começou por abençoar as
palmas e ramos de oliveira, antes de seguir em procissão para o altar, diante
da Basílica de São Pedro.
Francisco apresentou a Paixão de Jesus como “modelo de vida e de vitória
contra o espírito do mal”, que todos os cristãos devem seguir, num “confiante
abandono ao Pai e à sua vontade de salvação, de vida, de misericórdia”.
A intervenção assinalou que, para chegar ao “verdadeiro triunfo”, é preciso
“dar espaço a Deus”, através do “esvaziamento de si mesmo”.
Calar, rezar, humilhar-se. Com a
cruz, não se pode negociar: abraça-se ou recusa-se. E, com a sua humilhação,
Jesus quis abrir-nos o caminho da fé e preceder-nos nele”.
O Papa falou numa “noite da fé”, nos momentos do sofrimento, que permite o
despontar da “aurora da ressurreição”.
Evocando o contraste entre as “aclamações festivas” da multidão e o
“encarniçamento feroz” de quem se opunha a Jesus, Francisco sublinhou o
silêncio “impressionante” de Cristo na sua Paixão, que “vence inclusivamente a
tentação de responder, de ser mediático”.
“Nos momentos de escuridão e grande tribulação, é preciso ficar calado, ter
a coragem de calar”, sustentou.
O Papa falou num combate com o “demónio”, que surge com maior força quando
a Igreja Católica parece estar “mais frágil, mais humilhada”.
“Será necessário resistir-lhe em silêncio, conservando a posição, mas com a
mesma atitude de Jesus”, apontou.
Ele sabe que a guerra é entre Deus
e o príncipe deste mundo, e não se trata de empunhar a espada, mas de
permanecer calmo, firme na fé. É a hora de Deus. E, na hora em que Deus entra
na batalha, é preciso deixá-lo agir”.
A celebração contou com a presença de jovens de Roma e outras dioceses, por
ocasião da celebração do XXXIV Dia Mundial da Juventude.
Francisco recordou, neste dia, os “inúmeros santos e santas jovens” que a
Igreja Católica conheceu, na sua história.
“Queridos jovens, não vos envergonheis
de manifestar o vosso entusiasmo por Jesus, gritar que Ele vive, que é a
vossa vida. Mas, ao mesmo tempo não tenhais medo de O seguir pelo caminho da
cruz. E, quando sentirdes que vos pede para renunciardes a vós mesmos, para vos
despojardes das próprias seguranças confiando-vos completamente ao Pai que está
nos céus, então alegrai-vos e exultai! Encontrais-vos no caminho do Reino de
Deus”, apelou.
A decoração da Praça de São Pedro para este dia foi feita com milhares de
plantas aromáticas, flores, ramos de oliveira e os tradicionais ‘palmurelli’,
folhas de palmeira entrançadas.
O Papa optou por usar nesta cerimónia a férula (o corresponde ao báculo
papal, que é encimado por uma cruz) em madeira de oliveira, feita em Belém. OC|Ecclesia
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