PERSEGUIÇÃO/Nigéria120vítimas Perseguição de cristãos faz mais 120 vítimas fatais na Nigéria
PERSEGUIÇÃO/Nigéria120vítimas
Perseguição de cristãos faz mais 120 vítimas fatais na Nigéria
Eduardo Cabette EN/Gospel
Pelo menos 120 cristãos
nigerianos foram mortos desde o início de fevereiro de 2019 numa série de
ataques violentos que têm sido atribuídos aos militantes de etnia Fulani.
Somente
no dia 11 de março, uma série de
ataques deixou 53 mortos e 143 casas
destruídas nos povoados de Inkirimi e Dogonnoma, no município de Kajuru
situado no estado de Kaduna, na Nigéria.
Um
dia antes (10 de março) no povoado de Ungwan Barde, terroristas assassinaram 17 pessoas e destruíram dezenas de casas.
Um mês antes, cerca de 16 pessoas também
foram assassinadas no mesmo povoado de
Ungwan Barde em outra sequência de ataques nos dias 9 e 10 de fevereiro. O
governador do estado de Kaduna impôs um toque de recolher na primeira semana de
março na cidade de Kajuru, devido a eclosão mortal na região.
Em 26 de fevereiro, 32 cristãos foram
mortos no Distrito de Maro, também no
estado de Kaduna. Os terroristas queimaram uma igreja protestante e atiraram
nas pessoas que estavam em fuga. Tal ataque também foi atribuído como obra dos
militantes Fulani. Os legisladores locais dizem que os ataques deixaram pelo
menos 3.000 moradores desalojados,
sendo muitos por conta de lares destruídos e outros tantos que fugiram por
segurança.
No
estado de Benue, no dia 4 de março e
em vários povoados, os ataques dos Fulani deixaram 23 mortos.
Os
ataques de militantes Fulani na Nigéria aumentaram há cerca de um ano. O grupo
étnico é de maioria muçulmana e muitos vivem como pastores seminómades.
As
comunidades cristãs em regiões rurais da Nigéria são, normalmente, as maiores
vítimas da violência por parte dos Fulani.
Além
das diferenças religiosas e étnicas, alguns apontam que a razão da violência
está na mudança da lei nigeriana que dificultou a busca por terras para os
rebanhos dos pastores Fulani.
Em
novembro de 2017, o governo nigeriano proibiu os pastores de colocarem o
rebanho para pastor na propriedade de outra pessoa. A lei visava evitar
confrontos entre pastores muçulmanos e aldeões cristãos – mas o bombardeio de
ataques terroristas só provou que a mudança política, na verdade, aumentou as
tensões.
Em abril de 2018 no estado de Benue, homens
armados dos Fulani atiraram em uma igreja católica durante a missa da
manhã, matando dois padres e cerca de 15 leigos. O assassinato dos
sacerdotes provocou protestos nas semanas seguintes, com o clero católico
pedindo ao governo nigeriano que protegesse melhor os cidadãos.
Em
maio de 2018, terroristas suspeitos de ligação com os Fulani atacaram um
seminário católico. Os atiradores atentaram contra dois sacerdotes e alguns
seminaristas no Seminário Menor do Sagrado Coração, em Jalingo, capital do
estado de Taraba na Nigéria. Eles espancaram os sacerdotes com porretes,
atirando na perna de um deles e causaram danos num automóvel e em outra
propriedade.
Em
junho de 2018, alguns fazendeiros cristãos supostamente atacaram pastores
Fulani. Na série de ataques em retaliação que sucedeu-se, atiradores Fulani mataram cerca de 120 pessoas no
estado de Plateau, na Nigéria central. O número exato de mortos era
controverso: estimativas variavam entre 80 a 200 mortes.
O
surto de ataques violentos dos militantes Fulani veio justamente quando ocorreu
o declínio do grupo terrorista islâmico Boko Haram na Nigéria. As forças do
governo derrotaram a organização terrorista com ajuda importante de potências
estrangeiras – incluindo os Estados Unidos. Em meio ao terrorismo Fulani, uma
parte da população nigeriana culpou o presidente Muhammadu Buhari, que é
descendente dos Fulani.
O bispo da Diocese de Gboko no estado de
Benue, dom William Amove Avenya, alertou no ano passado que o terrorismo Fulani
poderia, rapidamente, trazer o genocídio total dos cristãos na Nigéria central.
Para
a Fundação Pontifícia “Ajuda à Igreja que
Sofre”, no ano passado, dom Avenya disse: “Por favor, não cometam o mesmo
erro do genocídio em Ruanda.
Aconteceu debaixo do nosso nariz, mas ninguém impediu e nós sabemos bem o final
da história”.
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