PÁSCOA/receberEspíritoSanto Abrir a casa para receber o Espírito Santo é tradição na Madeira e Porto Santo
PÁSCOA/receberEspíritoSanto
Abrir a casa para receber o Espírito Santo é tradição na Madeira e
Porto Santo
Por
Luisa Gonçalves
23 Abril, 2019 in JMonline
PÁSCOA/receberEspíritoSanto
Abrir a casa para receber o Espírito Santo
é tradição na Madeira e Porto Santo
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Vai o padre de casa em
casa e com ele uma pequena comitiva. À frente, dois homens com bandeiras
vermelhas. Depois, as saloias a atirar pétalas de rosa e a cantar: “Aqui chega
uma visita, que já não vinha há tanto, recebei com alegria o divino Espírito
Santo.” São acompanhadas por músicos a tocar instrumentos tradicionais e por um
outro elemento que segura a água benta. Por fim, o padre e o festeiro, ou um
substituto, que vai recolhendo as ofertas.
Em nenhuma outra altura,
talvez com excepção do Natal, se limpam tanto as casas. Há quem passe a semana
a lavar, aspirar, a varrer, a lavar, a esfregar. No sábado, ainda fazem o pão
com batata-doce, o bolo de família e outras iguarias para pôr na mesa da sala,
que ninguém há-de tocar até chegar “a divina visita”.
Em cada casa o grupo
demora-se o suficiente para o sacerdote benzer o lar e rezar com a família,
para as saloias cantarem mais umas quadras som do machete, do acordeão e para
se provarem as iguarias que atraiem também familiares e amigos dos donos da
casa.
São assim as
tradicionais Visitas do Espírito Santo, que nalgumas localidades começam no
próprio domingo de Páscoa logo após a Missa, e que ainda se mantêm na Madeira e
no Porto Santo.
Noutras
zonas, porém, o crescimento populacional e a alteração da tipologia das
próprias habitações – as casas deram lugar a blocos de apartamentos – ditaram
algumas alterações. Nalguns locais, para que as visitas estejam concluídas até
Festa do Pentecostes, que encerra o ciclo pascal católico, foi necessário criar
vários grupos, que visitam os vários sítios da paróquia seguindo um calendário
previamente estipulado e que inclui ainda visita aos barcos, em localidades
piscatórias, e aos estabelecimentos comerciais.
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