CRUZ/nosmomentos-limitedahumanidade Funchal: Bispo invocou tragédia com autocarro na Madeira para realçar que Deus está sempre presente «nos momentos-limite da humanidade»
CRUZ/nosmomentos-limitedahumanidade
Funchal: Bispo
invocou tragédia com autocarro na Madeira para realçar que Deus está sempre
presente «nos momentos-limite da humanidade»
Abr 19, 2019 - 17:30
«A cruz de Jesus faz seu todo o
sofrimento do mundo», frisou D. Nuno Brás
O bispo do Funchal
revisitou hoje a tragédia que tocou a Madeira, com a morte de 29 pessoas devido
ao despiste de um autocarro, para sublinhar que Deus está sempre “nos
momentos-limite da humanidade”.
“Olhando para esse momento
de trevas, não podemos deixar de sentir, de perceber como o próprio Deus sofreu
e continua a sofrer, porque a cruz de Jesus resume, sintetiza, faz seu
todo o sofrimento do mundo”, referiu D. Nuno Brás, durante a celebração da
Paixão e Morte do Senhor, esta tarde na Catedral do Funchal.
Num dia em que “a
cruz de Jesus é colocada no centro da celebração”, o bispo madeirense frisou
que este símbolo, “longe de ser lugar de morte é antes o lugar onde resplandece
o amor divino” por todos os “homens e mulheres que hoje vivem, por cada um
de nós”.
“Trata-se de perceber
como o amor de Deus longe de ser uma ideia ou conceito geral é antes algo de
concreto, tão concreto e real como a vida e a morte. Tão concreto e real como a
cruz e a morte de Jesus”, sustentou.
Das 29 pessoas que
perderam a vida na sequência do despiste de um autocarro, no lugar do Caniço,
em Santa Cruz, na última quarta-feira, 28 eram de nacionalidade alemã, turistas
que estavam a participar numa viagem à Madeira.
Quando se preparavam
para seguir para o Funchal, o veículo em que seguiam despistou-se e caiu numa
ribanceira, atropelando pelo caminho uma outra pessoa, a outra vítima mortal a
lamentar, de nacionalidade portuguesa.
Esta tragédia
provocou ainda 27 feridos, dois dos quais de origem lusa, o condutor do pesado
e o guia turística, e os restantes de origem germânica.
“Marcas de um momento
onde a vida se mostrou frágil e fora do nosso domínio”, lamentou D. Nuno Brás,
que convidou novamente as pessoas a encontrarem a esperança na cruz de Jesus, a
partir de um pormenor que guardou das imagens que ficaram do acidente.
Foto Lusa |
Diante de “um
sofrimento, a que não somos capazes de aportar qualquer explicação, como é
sempre o sofrimento inocente”, referiu o bispo do Funchal, “na parede da casa
destruída pelo autocarro, lá estava a cruz, como que a dizer-nos como o Senhor
padece sempre de novo, hoje, nos nossos dias”.
“E não podemos
igualmente deixar de nos dar conta que apenas na cruz nos é oferecida uma luz
que nos afirma a capacidade redentora, salvadora, destes momentos-limite de
humanidade”, acrescentou o responsável católico, que lembrou outro
acontecimento difícil que marcou estes dias, “o incêndio da Catedral de Notre
Dame”.
Um monumento “símbolo
de uma Europa cristã que da terra eleva o seu pensamento, a sua ação, o seu
espírito a Deus e procura e afirma que o Céu não se encontra desligado da
terra, e que esta não consegue ser um espaço digno do homem sem a atitude
orante de quem escuta, pede e responde a Deus”.
“Um incêndio
destruidor quase deitou por terra a Catedral de Paris”, mas mais uma vez ali
“permaneceu, significativamente, no seu interior, a cruz que, apesar do escuro
das paredes queimadas, e contrastando com elas, continuava a brilhar, como que
a proclamar, teimosamente, o amor de Deus por todos”, frisou D. Nuno Brás.
Que concluiu a sua homilia da
celebração da Paixão e Morte do Senhor, esta tarde, pedindo às pessoas que
tenham sempre presente que a cruz representa este “amor de Deus” que “suporta”
todo o “sofrimento da humanidade”, cada momento de “pecado”, cada ocasião de
“morte”.
“Nesta tarde de
Sexta-feira Santa — na tarde desta Sexta-feira Santa — deixa que este amor
concreto, pessoal e eterno de Deus, ilumine a tua vida. Deixa que Ele te
salve”, complementou. JCP|Ecclesia
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