PERSEGUIÇÃO/crucificadosdehoje Papa pede orações pela Igreja Católica que hoje «se sente continuamente atacada por dentro e por fora»
PERSEGUIÇÃO/cristãos
Papa pede orações
pela Igreja Católica que hoje «se sente continuamente atacada por dentro e por
fora»
Abr 19, 2019 - 22:25
Durante a celebração da
Via-Sacra no Coliseu de Roma
Foto Vatican Media |
O Papa presidiu hoje à Via-Sacra no Coliseu de Roma,
celebração em que convidou a rezar pelas “cruzes do mundo” e pediu a
intercessão de Deus também para as fragilidades da Igreja Católica.
Na oração final da Via-Sacra,
na noite desta Sexta-Feira Santa, Francisco destacou “a cruz da Igreja”, que
hoje “se sente continuamente atacada por dentro e por fora”.
O Papa argentino
lembrou todas as “pessoas consagradas que, ao longo do caminho, se esqueceram
do seu primeiro amor” e aqueles que “incansavelmente” procuram “trazer a luz de
Cristo ao mundo e se sentem rejeitados, ridicularizados e humilhados”.
Perante mais de 15
mil fiéis que tomaram parte nesta celebração da Via-Sacra, à volta do Coliseu
de Roma, o Papa rezou também pela “Igreja que, fiel ao Evangelho, sofre para
levar o amor de Deus até entre os próprios batizados”.
Mas não esqueceu “a
cruz das fraquezas, das hipocrisias, das traições, dos pecados e das inúmeras
promessas quebradas”.
Este ano, a Via-Sacra
no Coliseu de Roma foi vivida a partir das meditações da irmã Eugenia Bonetti,
uma religiosa italiana ligada aos Missionários da Consolata, que é também
presidente da Associação ‘Slaves no more’ (Escravos nunca mais), que se tem
dedicado à defesa dos mais explorados e excluídos da sociedade.
No âmago desta
celebração, e das suas 14 Estações, esteve o tema dos “novos crucificados de
hoje”, em especial as vítimas de tráfico humano, homens, mulheres e crianças,
migrantes e refugiados, alvos de todo o tipo de exploração.
Na sua oração final,
o Papa resumiu e reforçou as intenções que marcaram as meditações propostas
pela irmã Eugenia Bonetti.
Francisco recordou
todos quantos passam “fome de pão e amor”, as pessoas que “vivem sós e
abandonadas até pelos seus próprios filhos e parentes”, e todas aquelas que
estão “sedentas de justiça e paz”.
O Papa argentino
pediu a oração dos participantes da Via-Sacra também para todos quantos “não
têm o conforto da fé”, para os “idosos que se arrastam sob o peso dos anos e da
solidão”, e para os “pequeninos, feridos na sua inocência e na sua pureza”.
Sobre a atual crise
migratória que persiste no mundo e que toca a Europa, o Papa apontou para o
drama de todos os homens, mulheres e crianças, de todas as famílias “que
encontram as portas fechadas por causa do medo e dos corações blindados por
cálculos políticos”
No Coliseu de Roma
foram recordadas as muitas vidas perdidas, de migrantes e refugiados, que para
fugirem à guerra e a outros flagelos sociais encontraram a morte no mar ou no
deserto.
Francisco exortou
também a rezar pela “humanidade que vagueia na escuridão da incerteza e nas
trevas da cultura do momento” e pelas “famílias despedaçadas pela traição,
pelas seduções do maligno ou por uma tendência homicida de leveza e egoísmo”.
E não esqueceu a
situação da Terra, de uma Casa Comum que hoje “definha gravemente diante de um
olhar egoísta e cego pela avidez e pelo poder”.
“Senhor Jesus,
reaviva em nós a esperança da ressurreição e da tua vitória definitiva contra
todo o mal e toda a morte”, completou o Papa, no final da Via-Sacra.
Ao longo das 14
Estações, a cruz foi levada simbolicamente por pessoas de diferentes
realidades, com destaque para a participação do vigário de Roma, o cardeal
Angelo De Donatis, de casais e famílias, de religiosos empenhados na missão e
na assistência, de membros de organizações empenhadas no apoio aos migrantes e
refugiados.
Realce ainda para a
participação dos padres Francois M. Shamiyeh e Theodorus Beta Herdistyan, em
representação da Terra Santa, e de membros da organização UNITALSI, que integra
voluntários que prestam apoio aos peregrinos na zona do Coliseu, e em especial
aos portadores de deficiência.
Uma destas pessoas,
Constantino Fois, transportou a cruz durante a Quarta Estação, acompanhada por
três voluntários da UNITALSI.
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