DOMINGO/trabalhofamília Trabalhar aos domingos está a fazer mal às famílias
DOMINGO/trabalhofamília
Trabalhar aos domingos está a fazer mal às famílias
03.04.2019 in JN
Foto: Carlos Rui Abreu |
Tx: Carlos Rui
Abreu
Ontem às 09:16
Trabalhar aos domingos está
a fazer mal às famílias. Esta foi uma das ideias debatidas durante a homenagem
à Organização Internacional do Trabalho (OIT), quarta-feira à noite, em Fafe,
no âmbito do "Terra Justa - Encontro Internacional de Causas e Valores da
Humanidade".
Um tema lançado por Domingos
Barbosa, dirigente da Confederação de Comércio de Portugal, que acusou o
governo de ser conivente com os patrões das grandes superfícies comerciais.
"A política ainda tem muito a fazer para melhorar a qualidade do posto de
trabalho. As grandes superfícies não abdicam de abrir ao domingo e isso
prejudica a qualidade de vida familiar. Foi uma luta que perdemos", disse
este dirigente frisando.
"Os governos vergam-se ao
poder das grandes cadeias de distribuição e estamos a falar de família, de
seres humanos e o domingo faz falta ao bem-estar", acrescentou Domingos
Barbosa.
Esta ideia foi secundada por
Arménio Carlos, líder da CGTP. "Trabalhar ao domingo é anormal e não faz
sentido nos tempos que correm. Patrões e trabalhadores deviam encetar um
processo para acabar com o trabalho ao domingo", propôs, diante de um
painel com patrões e sindicatos.
O líder da CGTP alertou,
ainda, para o facto de em 2019 "o mundo produzir mais, haver mais riqueza,
e haver ainda na Europa e em alguns casos em Portugal, trabalho escravo. É um
problema da sociedade".
Futuro do trabalho é
preocupação generalizada
Durante esta homenagem à OIT,
foi também abordado o futuro das relações laborais. "Estamos perante um
desafio muito importante, o futuro do trabalho. Não nos perturba a evolução da
tecnologia. Vamos enfrentar esses desafios sem partirmos para a desregulação do
trabalho e não podemos aceitar que em empresas do nosso país, a geração mais
qualificada de sempre, tenha vínculos precários ou recebam o salário mínimo
nacional. Assim o país não se desenvolve e está a desperdiçar o investimento na
formação desses jovens", disse Arménio Carlos.
Carlos Silva, Secretário-Geral
da UGT, apontou para a necessidade de "as pessoas precisarem de ter
salários justos, condições dignas. Encontrar um denominador comum entre
empresas, trabalhadores e o país para um desenvolvimento harmonioso".
Helena André, em representação
da OIT, quis destacar o novo trabalho nas plataformas digitais e os
"efeitos negativos nos salários, contratos precários e na falta de
proteção social porque "é difícil identificar quem é o empregador, não se
sabe com quem negociar".
Outra das preocupações da
última Ministra do Trabalho dos governos de José Sócrates, é perceber como se
vamos ou não substituir os trabalhadores pelas novas tecnologias. "Temos
que ter o equilíbrio entre as novas tecnologias e o factor humano", defendeu.
Comentários
Enviar um comentário