MOÇAMBQUE/reconstruçãofomedoenças Arquidiocese da Beira mobiliza católicos para reconstrução e alerta para cenário de fome



MOÇAMBQUE/reconstruçãofomedoenças
Arquidiocese da Beira mobiliza católicos para reconstrução e alerta para cenário de fome
Abr 1, 2019 - 12:59
Ajuda nos centros de reassentamento passa pela distribuição de alimentos e prevenção da cólera

O arcebispo da Beira desafiou as comunidades católicas à mobilização na reconstrução da região, afetada pela passagem do ciclone Idai há duas semanas, perante um cenário de destruição.
“Avancemos com renovado vigor para a Páscoa, fazendo tudo o que está ao nosso alcance para aliviar os sofrimentos dos nossos irmãos e realçar a nossa fronte, cuidando das nossas casas, colaborando entre famílias, comunidades e paróquias”, escreveu D. Cláudio Dalla Zuanna, numa mensagem divulgada pela arquidiocese moçambicana.
O responsável fala do cenário de “destruição e morte” que o ciclone deixou na região central de Moçambique, e dos “sinais” de esperança que se lhe seguiram, como as pessoas que acolheram os seus vizinhos, as mensagens de solidariedade e a ajuda humanitária, bem como “tantos gestos de generosidade e de amor que passam despercebidos”.
“A nossa diocese pode sair desta dolorosa travessia renovada, mais atenta aos pobres, mais solidária e unida, capaz de viver mais luminosamente a dimensão social do Evangelho”, acrescenta.
O arcebispo da Beira dá conta da destruição de vários edifícios da Igreja Católica, que continua a trabalhar em conjunto com ONG e autoridades públicas para ajudar as vítimas da catástrofe.
As cáritas diocesanas, em coordenação com a Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Murraça distribuiu este domingo kits de alimentos que estão no centro de reassentamento.

A organização “Médicos sem fronteiras” está a montar um centro de atendimento no campo de futebol da Paróquia de S. Benedito (Chingussura) e a Organização Mundial para Migrantes, irá instalar no terreno da Paróquia de São Pedro Cláver (Nhamutunga) um centro de acomodação, para acolher as famílias que se refugiaram nalgumas escolas.
Cáritas Diocesana da Beira deslocou-se a alguns pontos da província de Sofala e descreve um “cenário dramático”, com relato de cadáveres humanos que ainda não foram sepultados.
Em comunicado, a organização destaca a situação na aldeia de Metuchira, onde as famílias “para além de terem perdido as suas casas, perderam também as suas culturas”, projetando-se um “futuro de fome”.
As autoridades moçambicanas atualizaram hoje para 518 o número de mortos provocados pelo ciclone Idai e pela cheias que se lhe seguiram; registaram-se ainda 11641 feridos e mais de 146 mil pessoas estão agora instaladas em centros de acolhimento. OC|Ecclesia

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