António o Santo de todo o mundo padroeiro dos pobres e doentes Por P. Armando Soares
António o Santo de todo o mundo padroeiro dos pobres e doentes
1.Santo António é o santo mais popular do mundo e de todos os santos
canonizados pela Igreja. Pela igreja de Santo António, em Lisboa, passam
anualmente cerca de 300 mil pessoas de quase uma centena de países. A Itália,
Brasil, Índia, Polónia e Sri Lanka são alguns dos países onde o culto do santo
é muito grande.
Em Portugal, o santo é naturalmente muito venerado, “porque é
nosso”, e depois, os franciscanos levaram sua devoção para os países da
missionação portuguesa. Seu culto espalhou-se como um incêndio por todo o
mundo.
Bem disse Leão XIII, Papa entre 1878 e 1903, que António é “o
santo de todo o mundo”, pois o seu culto está espalhado por todos os
continentes.
A fama de pregador, sábio e santo deu-lhe uma projeção
universal. Popular “pela sua santidade, simplicidade e humildade. E pelos
milagres, curas e ajuda para tudo.
A Itália é talvez o país onde existe maior devoção a
António. “Basta dizer il santo que já se sabe que estamos
a falar de Santo António de Pádua, cidade onde morreu e onde se encontra o seu túmulo e várias relíquias que podemos visitar.
E refiro um caso muito particular, o Sri Lanka, antiga ilha de Ceilão.
Santo Antônio é o Santo mais venerado no país e as raízes desta devoção são profundas. Remontam ao século XVI, quando missionários portugueses atravessaram
o Oceano Índico para levar as relíquias do Santo à ilha asiática. Entre os seus
devotos encontram-se fiéis de todas as línguas e religiões: cristãos, mas
também budistas, hinduístas e muçulmanos
.
2. António nasceu em Lisboa, em 1195, de uma família nobre e
rica. Tinha sonhos ambiciosos para seu filho, que gostava muito de rezar. Era um rapaz
belo e inteligente, e que não partilhava da carreira mundana dos pais. Em Lisboa e
Coimbra fez seus estudos de Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Franciscano, amigo
dos pobres, coração de missionário, vai parar a Assis (Itália), onde se deixa
fascinar pelo “Poverello”, São Francisco.
O fradinho humilde revela-se como grande pregador numa ordenação
sacerdotal, em que foi convidado a "dizer duas palavras"... Aí se revelou um grande pregador. Mandam-no pregar a Boa Nova na Itália e no sul da França. Com
muitos êxitos e sucessos.
Em Rimini (Itália), os homens o rodearam de
indiferença, e não apareceram para o ouvir. O santo passeia e reza na avenida que termina no mar. E aí "prega aos peixes" que o vêm escutar. Então os homens, envergonhados, vão ouvi-lo e segue-se o arrependimento e o
regresso à Igreja.
3. Como verdadeiro discípulo e apóstolo de Cristo não se
aproveita dos milagres que faz, mas conquista as almas com a oração, o exemplo, a
humildade, a simplicidade, a sabedoria, a dedicação a todos. Semeou a juventude
da fé, como Jesus, por onde passava. A muitíssimos lares, que não se poderão contabilizar,
levou a confiança, a paciência, a harmonia, ajudou a vencerem o egoísmo, a
vingança, o rancor, as incompatibilidades. Para anunciar o Evangelho fez de
tudo e para bem de todos, animando, transformando pessoas e estruturas,
defendendo os oprimidos e desafiando abertamente os opressores.
Sentindo próxima a hora do adeus a este mundo, guardou no seu
íntimo as dores intensas que sofria. Seus confrades pensavam que um período de
descanso seria suficiente para retemperar as forças… Ma ele, com voz fraca,
pediu que o levassem para Pádua. E, com 36 anos, numa agonia serena
encontrou-se com o Senhor da Vida. “As crianças (e graúdos) repetiam
religiosamente: “António Santo”. Pádua tornou-se meta de peregrinações vindas
de todo o mundo.
4. O mês de Junho é, entre nós, o “Mês dos Santos Populares”.
Santo António é um deles. Não só em Lisboa, com os ‘casamentos de Santo
António’ e as ‘marchas populares’, mas em muitas das nossas cidades e aldeias,
se fazem grandes romarias, festas, procissões em honra do ‘santo de todo o
mundo’. Buscamos sua proteção, sua ajuda, sua intercessão, um ‘milagrezinho’
até, se for preciso e por intermédio dele Deus o quiser conceder. É o santo ‘casamenteiro’: levou a
paz e harmonia a muitos lares reacendendo a fé naqueles que, de coração
arrependido, renovavam a força do sacramento. Não era só folclore… Era vida
cristã a sério.
Era o ‘santo da alegria’. Façamos festa, porque o nosso coração
está em sintonia com o dele na humildade, na oração, na verdade, na caridade,
na ajuda aos pobres, no carinho e ternura para com as crianças, doentes e
idosos. Longe da ‘corrupção’ e do "desprezo" pelo outro. Com ‘sardinha assada’…
mas, nunca esquecendo o SANTO, nosso intercessor no céu e nosso modelo na
terra!
Comentários
Enviar um comentário