FOME/sem democracia «Não há democracia com fome», diz o Papa
FOME/sem democracia
«Não há democracia com fome», diz o Papa
Jun 4, 2019 - 17:17
Francisco apresenta discurso em
defesa dos Direitos Sociais, perante cimeira pan-americana de juízes
O Papa Francisco saiu hoje – 4
jun 2019 - em defesa dos Direitos Sociais, em particular dos mais pobres e excluídos, falando
perante os participantes numa cimeira pan-americana de juízes, que decorreu no
Vaticano.
“Não há democracia com fome, nem desenvolvimento com pobreza, nem justiça
na desigualdade”, sustentou.
A cimeira foi patrocinada pela Academia Pontifícia das Ciências Sociais
(Santa Sé), com o tema ‘Direitos Sociais e Doutrina Franciscana’.
O Papa falou numa “etapa histórica de mudanças”, de crise, em que “se
verifica um paradoxo: de um lado, um desenvolvimento normativo fenomenal; do
outro, uma deterioração no gozo efetivo de direitos consagrados globalmente”.
“Estou preocupado por notar que surgem vozes, especialmente de alguns
doutrinários, que tentam explicar que os direitos sociais são velhos, estão
desatualizados e não têm nada com que contribuir para as nossas sociedades.
Desta forma, confirmam políticas económicas e sociais que levam os nossos povos
à aceitação e justificação da desigualdade e da indignidade”, advertiu.
Francisco sustentou que qualquer sistema político-económico precisa de
garantir que a democracia não seja apenas “nominal”, mas que é “incorporada em ações concretas que
garantam a dignidade de todos os seus habitantes, sob a lógica do bem
comum, num apelo à solidariedade e à opção preferencial pelos pobres”.
A intervenção questionou ainda uma “ordem fictícia” que iguala todos, na
sua virtualidade, mas acaba por aumentar “a lógica e as estruturas de
exclusão-expulsão”.
“Os vazios legais são geradores de corrupção que encontram nos pobres e no
meio ambiente os primeiros e principais afetados”, lamentou o pontífice,
pedindo que setores populares sejam “parte ativa” na busca e construção de
soluções inclusivas.
“É necessário procurar todos os meios e mecanismos para que os jovens
provenientes de situações de exclusão ou marginalização possam capacitar-se, de
forma a assumir o protagonismo necessário”, prosseguiu o Papa. OC|Ecclesia
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