ROMÉNIA/identidadecristã Papa pede que Europa conserve raízes da «identidade cristã»
ROMÉNIA/identidadecristã
Papa pede que
Europa conserve raízes da «identidade cristã»
Mai 31, 2019 - 15:38
Francisco rezou pela
reconciliação e a comunhão entre católicos e ortodoxos
Foto: Lusa |
O Papa rezou hoje - 31 maio 2019 - na Roménia por um “caminho de fraternidade”
que promova a “reconciliação e a comunhão” entre católicos e ortodoxos,
desafiando-os a conservar as raízes cristãs da Europa.
“Suplicamo-Vos também
o pão da memória, a graça de reforçar as raízes comuns da nossa identidade
cristã, raízes indispensáveis num tempo em que a humanidade, particularmente as
gerações jovens, correm o risco de se sentirem desenraizadas no meio de tantas
situações líquidas, incapazes de fundamentar a existência”, declarou, num
encontro de oração que decorreu na nova catedral ortodoxa da Salvação do Povo.
O templo, conhecido
como “catedral nacional” de Bucareste, acolheu a recitação do Pai-Nosso em
latim e romeno, pontuada pela execução de hinos de Páscoa católicos e
ortodoxos, num simbólico gesto ecuménico.
Numa intervenção em
forma de oração, Francisco invocou a “concórdia” para a humanidade.
Pedimo-la pela intercessão de tantos irmãos e irmãs na fé que moram
juntos no vosso céu, depois de ter acreditado, amado e sofrido muito – mesmo em
nossos dias – pelo simples facto de serem cristãos”.
O Papa convidou a
rejeitar quaisquer dinâmicas guiadas pelas “lógicas do dinheiro, dos
interesses, do poder”.
“Enquanto nos
encontramos mergulhados num consumismo cada vez mais desenfreado, que cega com
fulgores cintilantes, mas efémeros, ajudai-nos, Pai, a crer naquilo que
rezamos: renunciar às seguranças cómodas do poder, às seduções enganadoras da
mundanidade, à vazia presunção de nos crermos autossuficientes, à hipocrisia de
cuidar das aparências”, acrescentou.
Francisco desejou que a oração comum dê voz ao “grito” dos
mais pobres, perante o individualismo e a indiferença.
“Ajudai-nos, Pai, a
não ceder ao medo, nem ver um perigo na abertura; a ter a força de nos
perdoarmos e prosseguir, a coragem de não nos contentarmos com a vida
tranquila, mas de procurar sempre, com transparência e sinceridade, o rosto do
irmão”, rezou.
Centenas de pessoas
acolheram o líder da Igreja Católica diante da catedral ortodoxa, onde se
ouviram gritos de “unidade” e “viva o Papa”.
O patriarca Daniel
falou de um edifício “simbólico”, que representa o renascimento espiritual da
Roménia, após os anos do regime comunista, no século XX.
Este responsável
explicou que a oração com o Papa quis ser uma forma de agradecimento pelos 426
lugares de culto colocados à disposição dos ortodoxos romenos, na Europa
ocidental, pela Igreja Católica.
Daniel ofereceu a Francisco um mosaico com a figura de Santo
André, padroeiro espiritual da Roménia; este discípulo de Jesus era irmão de
São Pedro, o primeiro Papa.
A Igreja Católica e
as Igrejas ortodoxas continuam separadas desde o Cisma de 1054, tendo estas
últimas desenvolvido um modelo de autoridade próprio, de cariz nacional, pelo
que os vários patriarcados são autónomos e o patriarca ecuménico de
Constantinopla (atual Turquia) tem apenas um primado de honra, como ‘primus
inter pares’.
A primeira visita do
Papa Francisco à Roménia, 20 anos depois da viagem de São João Paulo II a
Bucareste, iniciou-se esta manhã e decorre até domingo. OC|Ecclesia
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