PEDRO E PAULO/testemunhas Papa: testemunhas de vida, de perdão, de Jesus
PEDRO E PAULO/testemunhas
Papa: testemunhas de vida, de perdão, de Jesus
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Vaticana Sábado, 29 de junho de 201 Vaticanva
Os apóstolos Pedro e Paulo
aparecem aos nossos olhos como testemunhas. Nunca se cansaram de anunciar,
viver em missão, a caminho, desde a terra de Jesus até Roma. E aqui levaram o
seu testemunho até ao fim, dando a vida como mártires. Se formos às raízes do
seu testemunho, descobrimo-los testemunhas
de vida, testemunhas de perdão e testemunhas de
Jesus.
Testemunhas de vida… e,
todavia, as suas vidas não foram límpidas nem lineares. Eram ambos de índole
muito religiosa: Pedro, discípulo da primeira hora (cf. Jo 1,
41); Paulo, acérrimo defensor das tradições dos pais (cf. Gal 1,
14). Mas cometeram erros enormes: Pedro chegou a negar o Senhor; Paulo, a
perseguir a Igreja de Deus. Ambos reentram em si por uma pergunta de Jesus:
«Simão, filho de João, tu amas-Me?» (Jo 21, 15); «Saulo, Saulo,
porque Me persegues?» (At 9, 4). Pedro fica pesaroso com as
perguntas de Jesus; Paulo, encandeado pelas suas palavras. Jesus chamou-os pelo
seu nome e mudou a sua vida. E, depois de todas estas aventuras, fiou-Se deles,
dois pecadores arrependidos.
Quando nos consideramos melhores que os outros, é o princípio do fim.
O Senhor ama-nos como somos, e procura pessoas que não se bastam a si mesmas,
mas estão prontas a abrir-Lhe o coração. Pedro e Paulo apresentaram-se assim
transparentes diante de Deus. Pedro disse-o imediatamente a Jesus: «Sou um
homem pecador» (Lc 5, 8). Paulo escreve que era «o menor dos
apóstolos, nem [era] digno de ser chamado Apóstolo» (1 Cor 15, 9).
Compreenderam que a santidade não está no elevar-se mas em humilhar-se: o
Senhor realiza grandes coisas com os humildes. Qual foi o segredo que, no meio
das fraquezas, os fez continuar para diante? O perdão do Senhor.
Descubramo-los, pois, como testemunhas de perdão. Nas
suas quedas, descobriram a força da misericórdia do Senhor, que os regenerou.
No seu perdão, encontraram uma paz e alegria irreprimíveis. Humanamente,
faliram; mas encontraram um amor maior do que os seus fracassos, um perdão tão
forte que curava até os seus sentimentos de culpa. Só quando experimentamos o
perdão de Deus é que renascemos verdadeiramente. Recomeça-se daqui: do perdão.
Reencontramo-nos a nós mesmos aqui: na confissão dos nossos pecados.
Testemunhas de vida,
testemunhas de perdão, Pedro e Paulo são sobretudo testemunhas de Jesus. No Evangelho de hoje, Jesus pergunta:
«Quem dizem os homens que é o Filho do homem?» As respostas evocam personagens
do passado: João Batista, Elias, Jeremias ou alguns dos profetas. Pessoas extraordinárias,
mas todas mortas. Jesus não é o passado, mas o presente e o futuro. Não é um
personagem distante para lembrar, mas alguém a quem Pedro trata por «tu»: Tu
és o Cristo. Mais do que um personagem da história, Jesus é a pessoa da
vida: é o novo, não o já visto; a novidade do futuro, não uma lembrança do
passado. É testemunha quem vive uma história de amor com Jesus. Porque, no
fundo, o que a testemunha anuncia é apenas isto: Jesus está vivo e é o segredo
da vida. O testemunho nasce do encontro com Jesus vivo. E, no centro da vida de
Paulo, encontramos a mesma palavra que transborda do coração de Pedro: Cristo.
Paulo repete o nome de Cristo continuamente: quase quatrocentas vezes nas suas
cartas! Para ele, Cristo não é apenas o modelo, o exemplo, o ponto de
referência: é a vida. Escreve: «Para mim, viver é Cristo» (Flp 1,
21). Jesus é o seu presente e o seu futuro, a ponto de considerar o passado
como lixo (cf. Flp 3, 7-8).
Abrimos sites e jornais, e
conversamos sobre coisas sagradas. Mas, assim, ficamos no que dizem os
homens, nas sondagens, no passado, nas estatísticas. Mas isto, a Jesus,
interessa-Lhe pouco. Não quer repórteres do espírito, e muito
menos cristãos de capa de revista ou de estatísticas. Ele procura
testemunhas, que Lhe digam dia a dia: «Senhor, Tu és a minha vida».
Os Apóstolos, tendo encontrado
Jesus e experimentado o seu perdão, testemunharam uma vida nova: não mais se
pouparam, deram-se a si mesmos. Não se contentaram com meias medidas, mas
adotaram a única medida possível para quem segue Jesus: a dum amor sem medida. (RESUMO)
(708)
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