TRABALHO/dignidade da pessoa Papa deixou alertas na 108.ª Conferência Internacional do Trabalho
TRABALHO/dignidade da pessoa
Papa deixou alertas na 108.ª Conferência Internacional do Trabalho
Jun 26, 2019 - 11:05
Sessão
em Genebra contou com a participação do primeiro-ministro António Costa
O Papa reforçou a urgência da
defesa da dignidade humana, e do direito ao trabalho digno, numa mensagem para
a 108.ª sessão da Conferência Internacional do Trabalho, que decorreu em
Genebra.
No texto, divulgado hoje, 26 jun
2019, pelo portal Vatican News, Francisco salienta que são necessárias “pessoas
e instituições que defendam a dignidade dos trabalhadores, a dignidade do
trabalho de todos e o bem-estar da terra”.
O Papa argentino observa que
“o trabalho não pode ser considerado um simples instrumento na cadeia de
produção de bens e serviços, mas deve ter prioridade sobre qualquer outro fator
de produção, incluindo o capital”.
“Portanto é preciso defender o
emprego e criar novos em proporção ao aumento da rentabilidade económica, bem
como garantir a dignidade do próprio trabalho”, salienta.
A Conferência Internacional do
Trabalho prolongou-se durante as ultimas semanas, entre 10 e 21 de junho, e
contou com a presença do prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano
Interal, o cardeal Peter Turkson.
Na missiva que endereçou aos
participantes do evento, o Papa destaca o trabalho que tem sido feito pela
Organização Mundial do Trabalho (OIT), responsável pelo encontro de Genebra, e
frisa alguns dos desafios que subsistem hoje em dia, relativamente ao bem-estar
humano e ao desenvolvimento social.
Ameaças “graves” como o
“desemprego, a exploração, o trabalho escravo e os salários exíguos”
que ainda persistem, “apesar dos esforços para construir a paz e a justiça
social”.
Para Francisco, é preciso
sublinhar cada vez mais que “o trabalho é essencial não apenas para a
realização da pessoa, mas também para o desenvolvimento social”, e nesse
sentido é fundamental que o eixo humano esteja equilibrado.
Aqui, o Papa argentino enumera
três pontos que não podem deixar de estar garantidos, “os três T’s”, como refere
no seu texto: terra, teto e trabalho; e acrescenta ainda outras três vertentes:
“tradição, tempo e tecnologia”.
Se as primeiras prioridades
dizem respeito a questões como o direito à terra, à habitação e ao emprego
digno, as segundas estão relacionadas com a “revolução tecnológica” que está em
marcha e que tem tido implicações diretas no mundo laboral, com a crescente
digitalização e robotização do trabalho.
“Vocês têm a capacidade de
desafiar a mentalidade tóxica que se difunde para a qual não importa se há
degradação social ou ambiental; para a qual não importa o que ou quem é usado e
descartado; para a qual não importa se há trabalho forçado infantil ou
desemprego de jovens”, refere Francisco, dirigindo-se diretamente à OIT.
A edição deste ano da
Conferência Internacional do Trabalho marcou o centenário da Organização
Internacional do Trabalho e contou com uma delegação portuguesa composta pelo primeiro
ministro António Costa, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social, José António Vieira da Silva, e o secretário de Estado do Emprego,
Miguel Cabrita, entre outros representantes do setor laboral. JCP|Ecclesia
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