LISBOA/obrassemconcurso Câmara de Lisboa gastou ilegalmente quatro milhões de euros em obras sem concurso
LISBOA/obrassemconcurso
Câmara de Lisboa gastou ilegalmente quatro milhões de euros em obras
sem concurso
Responsáveis arriscam-se a ser multados. Câmara vai recorrer da decisão
do Tribunal de Contas.
23 Maio, 2019 • 11:44
A Câmara de Lisboa gastou
ilegalmente quase quatro milhões de euros em obras públicas feitas sem o
respetivo concurso.
A conclusão é de uma
fiscalização do Tribunal de Contas que analisou três empreitadas e concluiu que
os trabalhos que a autarquia classificou como "a mais",
"suplementares", mas também, em alguns casos, para resolver
"erros ou omissões", na verdade não o eram, violando o Código dos
Contratos Públicos.
Em causa está a falta de
concursos para obras relativas a pavimentos e estruturas de drenagem da cidade
(despesas ilegais de cerca de 1,3 milhões de euros) e duas empreitadas para
recuperar arruamentos e infraestruturas de saneamento nas zonas Sul e Norte da
capital (respetivamente, 1,1 e 1,4 milhões de euros).
As obras em causa, agora
consideradas ilegais, não dependeram, afinal de "circunstância imprevista",
como alegava a autarquia para as ter adjudicado como trabalhos "a
mais", envolvendo, afinal, trabalhos em quantidades superiores ao
inicialmente adjudicado, bem como trabalhos novos.
Nos três casos faltaram
concursos públicos ou concursos limitados por prévia qualificação dos
concorrentes, podendo os responsáveis pela ilegalidade ser sancionados com
multas entre 2.550 euros e 18.360 euros.
Segundo o Tribunal de Contas
os responsáveis incluem os vereadores que aprovaram parte desses contratos em reunião
de câmara, mas também dois chefes de divisão, uma diretora municipal e
engenheiros que deviam fiscalizar as obras.
Câmara recorre
Em resposta, a Câmara de
Lisboa promete recorrer da decisão do Tribunal de Contas. Numa nota enviada à
TSF a autarquia garante que lança concurso para todas as obras e que era
"impossível abrir concurso público específico para cada arruamento ou
pavimentação pois uma cidade como Lisboa tem milhares de ruas para
reparar".
Segundo o município este
decidiu em reunião plenária de executivo abrir os censurados concursos públicos
para Empreitadas de Trabalhos Diversos para estas pequenas obras, tendo
"um entendimento distinto do Tribunal de Contas", razão que o leva a
recorrer da decisão
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