MALAYSIA AIRLINES/míssil3russos1ucraniano Três russos e um ucraniano suspeitos de ataque ao voo MH17

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Três russos e um ucraniano suspeitos de ataque ao voo MH17
© Maxim Zmeyev/Reuters
PorTSF com Lusa 19 Junho, 2019 • 13:49
A queda do avião da Malaysia Airlines, voo MH17, em 2014, ocorreu numa região controlada pelos separatistas pró-russos, e matou os seus 298 ocupantes.

Os réus serão julgados pela autoria do ataque com um míssil que, a 17 de julho de 2014, matou os 283 passageiros

Quatro suspeitos serão julgados por homicídio, acusados de terem provocado a queda avião do voo MH17 da Malasyia Airlines, ao terem disparado um míssil russo, a partir da zona separatista da Ucrânia, anunciaram esta quarta-feira as autoridades holandesas.
O julgamento deverá iniciar-se na Holanda a 9 de março de 2020, e terá quatro pessoas no banco dos réus, três russos e um ucraniano.
Os réus serão julgados pela autoria do ataque com um míssil que, a 17 de julho de 2014, matou os 283 passageiros (196 deles de naturalidade holandesa) e 15 tripulantes do voo MH17 da Malasyia Airlines, na zona de conflito armado no leste da Ucrânia, a zona separatista da antiga República soviética, quando viajava entre Amesterdão e Kuala Lumpur.
Segundo a comissão internacional de investigação, liderada pela Holanda, o Boeing da Malasyia Airlies foi abatido por um míssil proveniente da 53ª brigada antiaérea russa, baseada em Kursk (na Rússia).
Numa conferência de imprensa na cidade holandesa de Nieuwegein, os responsáveis holandeses pela comissão internacional de investigação anunciaram que os mandados de captura internacionais serão emitidos para os russos Sergey Dubinsky, Oleg Pulatov e Igor Girkin, e para o ucraniano Leonid Chartsjenko.
Entretanto, Igor Girkin já negou o envolvimento do movimento separatista na tragédia do voo MH17. "O que posso garantir é que o Boeing não foi abatido pelos rebeldes", disse Girkin, que era um dos líderes do movimento separatista, apoiado por Moscovo, no momento do acidente.
Os responsáveis da comissão internacional de investigação disseram ainda que é provável que os réus sejam julgados à revelia, já que a Constituição da Rússia e da Ucrânia não permite a extradição de cidadãos.

A Rússia nega qualquer envolvimento no ataque e culpa Kiev pela queda do avião, afirmando que o míssil encontrado nos escombros do acidente pertence aos arsenais do exército ucraniano.
O grupo de investigação jornalística Bellingcat anunciou que também revelará nomes de pessoas ligadas ao ataque.
Os jornalistas deste grupo dizem ter "um elevado grau de certeza" de que um homem conhecido como "Delfin", o general russo Nikolai Fyodorovich Tkachev, será um dos principais responsáveis pelo ataque.
A tragédia é ainda um assunto altamente sensível na Holanda, onde o primeiro-ministro, Mark Rutte, colocou como prioridade encontrar os culpados e levá-los perante a justiça.
Em 2018, os eurodeputados holandeses ratificaram um acordo assinado com a Ucrânia para iniciar um processo judicial contra as pessoas responsáveis pelo desastre, na Holanda.
A queda do voo MH17 deteriorou ainda mais as relações entre a Rússia e os países ocidentais, que já estavam muito afetadas após a anexação da península ucraniana da Crimeia por Moscovo, em 2014.
Após as revelações dos investigadores sobre a origem russa do míssil, a União Europeia e a NATO pediram a Moscovo para reconhecer a sua responsabilidade no ataque.
Em julho, líderes do G7 também instaram a Rússia a "reconhecer o seu papel" no caso, dizendo que a investigação apresentou a conclusões "convincentes" e "profundamente preocupantes" sobre o seu envolvimento.

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