MALAYSIA AIRLINES/míssil3russos1ucraniano Três russos e um ucraniano suspeitos de ataque ao voo MH17
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AIRLINES/míssil3russos1ucraniano
Três russos e um ucraniano suspeitos de ataque ao voo MH17
© Maxim Zmeyev/Reuters
A queda do avião da
Malaysia Airlines, voo MH17, em 2014, ocorreu numa região controlada pelos
separatistas pró-russos, e matou os seus 298 ocupantes.
Os réus serão julgados pela autoria do ataque com um míssil que, a
17 de julho de 2014, matou os 283 passageiros
Quatro suspeitos serão
julgados por homicídio, acusados de terem provocado a queda avião do voo MH17
da Malasyia Airlines, ao terem disparado um míssil russo, a partir da zona
separatista da Ucrânia, anunciaram esta quarta-feira as autoridades holandesas.
O julgamento deverá iniciar-se na
Holanda a 9 de março de 2020, e terá quatro pessoas no banco dos réus, três
russos e um ucraniano.
Os réus serão julgados pela
autoria do ataque com um míssil que, a 17 de julho de 2014, matou os 283
passageiros (196 deles de naturalidade holandesa) e 15 tripulantes do voo MH17
da Malasyia Airlines, na zona de conflito armado no leste da Ucrânia, a zona
separatista da antiga República soviética, quando viajava entre Amesterdão e
Kuala Lumpur.
Segundo a comissão
internacional de investigação, liderada pela Holanda, o Boeing da Malasyia
Airlies foi abatido por um míssil proveniente da 53ª brigada antiaérea russa,
baseada em Kursk (na Rússia).
Numa conferência de imprensa
na cidade holandesa de Nieuwegein, os responsáveis holandeses pela comissão
internacional de investigação anunciaram que os mandados de captura
internacionais serão emitidos para os russos Sergey Dubinsky, Oleg Pulatov e
Igor Girkin, e para o ucraniano Leonid Chartsjenko.
Entretanto, Igor Girkin já
negou o envolvimento do movimento separatista na tragédia do voo MH17. "O
que posso garantir é que o Boeing não foi abatido pelos rebeldes", disse
Girkin, que era um dos líderes do movimento separatista, apoiado por Moscovo,
no momento do acidente.
Os responsáveis da comissão
internacional de investigação disseram ainda que é provável que os réus sejam
julgados à revelia, já que a Constituição da Rússia e da Ucrânia não permite a
extradição de cidadãos.
A Rússia nega qualquer
envolvimento no ataque e culpa Kiev pela queda do avião, afirmando que o míssil
encontrado nos escombros do acidente pertence aos arsenais do exército
ucraniano.
O grupo de investigação
jornalística Bellingcat anunciou que também revelará nomes de pessoas ligadas
ao ataque.
Os jornalistas deste grupo
dizem ter "um elevado grau de certeza" de que um homem conhecido como
"Delfin", o general russo Nikolai Fyodorovich Tkachev, será um dos
principais responsáveis pelo ataque.
A tragédia é ainda um assunto
altamente sensível na Holanda, onde o primeiro-ministro, Mark Rutte, colocou
como prioridade encontrar os culpados e levá-los perante a justiça.
Em 2018, os eurodeputados
holandeses ratificaram um acordo assinado com a Ucrânia para iniciar um
processo judicial contra as pessoas responsáveis pelo desastre, na Holanda.
A queda do voo MH17 deteriorou
ainda mais as relações entre a Rússia e os países ocidentais, que já estavam
muito afetadas após a anexação da península ucraniana da Crimeia por Moscovo,
em 2014.
Após as revelações dos
investigadores sobre a origem russa do míssil, a União Europeia e a NATO
pediram a Moscovo para reconhecer a sua responsabilidade no ataque.
Em julho, líderes do G7 também
instaram a Rússia a "reconhecer o seu papel" no caso, dizendo que a
investigação apresentou a conclusões "convincentes" e
"profundamente preocupantes" sobre o seu envolvimento.
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