JOVENS/peregrinos do séc.XXI Roménia: Papa desafia jovens a ser «peregrinos do século XXI»
JOVENS/peregrinos do séc.XXI
Roménia: Papa desafia jovens a ser «peregrinos do século XXI»
Jun 1, 2019 - 17:50
Encontro na cidade de Iasi decorreu em clima de festa, com apelos ao
diálogo entre gerações
O Papa presidiu hoje a um encontro de jovens na cidade romena de
Iasi, convidando todos a ser “peregrinos do século XXI”.
“Hoje, daqui, podem ainda
partir novas vias do futuro rumo à Europa e a muitos outros lugares do mundo.
Peregrinos do século XXI, capazes de nova imaginação dos laços que nos unem”,
declarou Francisco, numa intervenção acompanhada por milhares de pessoas
reunidas na capital cultural da Roménia.
O encontro mariano com jovens
e famílias decorreu junto ao Palácio da Cultura, a cerca de 400 quilómetros de
Bucareste, contando com vários testemunhos, incluindo o de um casal com 11
filhos, acompanhados por estes e pelos seus netos.
“O Senhor é o primeiro a
provocar-nos e a dizer-nos que o pior acontece, quando não houver sendas do
vizinho ao vizinho, quando abrirmos mais trincheiras do que estradas. O Senhor
é Aquele que nos dá um canto mais forte do que o de todas as sereias que querem
paralisar o nosso caminho e fá-lo assim: entoando um canto mais belo e
fascinante”, assinalou Francisco.
O Papa sublinhou que Deus dá a
cada um “uma vocação que é uma provocação”, para que se coloque ao serviço do
outro.
“Pede-nos para usar a nossa
liberdade como liberdade de escolha, para dizer «sim» a um projeto de amor, a
um rosto, a um olhar. Esta é uma liberdade muito maior do que poder consumir e
comprar coisas. Uma vocação que nos põe em movimento, nos faz derrubar
trincheiras e abrir caminhos que nos lembrem a referida pertença de filhos e
irmãos”, observou.
Francisco disse sentir-se “em
casa” na Roménia e saudou os participantes de várias regiões e tradições, bem
como da Moldávia, e ainda quantos vieram da outra margem do rio Prut, bem como
os fiéis de língua csango, polaca e russa.
“O Espírito Santo convoca-nos
a todos e ajuda-nos a descobrir a beleza de estar juntos, de nos podermos
encontrar para caminhar juntos”, apontou.
A intervenção destacou que a fé,
“sem cotação na bolsa”, é um “dom que mantém viva a certeza profunda da nossa
pertença a Deus como filhos muito amados”.
“Sem amor e sem Deus nenhum
homem pode viver sobre a terra”, advertiu.
Antes do encontro, o Papa
tinha visitado a Catedral de Santa Maria Rainha, onde se encontrou com 600
idosos e doentes, rezando diante das relíquias do beato D. Anton Durcovici,
mártir.
O espaço está ligado à luta
pela liberdade nacional e à perseguição dos católicos, durante o regime
comunista do século XX, que em 1948 exigia aos católicos que integrassem a
comunidade ortodoxa, cuja jurisdição é nacional.
Os sete bispos assassinados
pelas autoridades comunistas entre 1950 e 1970 são: Valeriu Traian Frenţiu,
Vasile Aftenie, Ioan Suciu, Tit Liviu Chinezu, Ioan Balan, Alexandru Rusu e
Iuliu Hossu.
Antes de regressar a Roma,
para encerrar esta jornada apostólica, o encontro com a comunidade cigana de
Blaj, no distrito de Barbu Lautaru; a paróquia que acolhe este momento foi
inaugurada há duas semanas. OC|Ecclesia
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