AMAZÓNIA/ordenção de indígenas casados Sínodo 2019: Novo documento sobre a Amazónia admite ordenação sacerdotal de indígenas casados
AMAZÓNIA/ordenção de indígenas
casados
Sínodo 2019: Novo
documento sobre a Amazónia admite ordenação sacerdotal de indígenas casados
Jun 17, 2019 - 10:32
Encontro no Vaticano vai
discutir possível criação de «ministérios» próprios para o território
O documento de
trabalho para o Sínodo especial dos Bispos de 2019, divulgado hoje, 17 jun 2019, pelo
Vaticano, admite a ordenação sacerdotal de homens casados, “preferencialmente
indígenas”, tendo em mente a celebração dominical da Eucaristia nas regiões
mais remotas da Amazónia.
O texto que vai
orientar os trabalhos de outubro, na Santa Sé, aborda o tema dos “novos
ministérios” para responder às necessidades dos povos amazónicos.
“Afirmando que o
celibato é um dom para a Igreja, solicita-se que, para as áreas mais remotas da
região seja estudada a possibilidade de ordenação sacerdotal para anciãos,
preferencialmente indígenas, respeitados e aceites pela sua comunidade, mesmo
que já tenham família constituída e estável, a fim de garantir os sacramentos
que acompanham e sustentam a vida cristã”, pode ler-se.
Outro ponto passa por
“identificar o tipo de ministério oficial que pode ser conferido às mulheres”,
tendo em consideração “o papel central que hoje desempenham na Igreja
amazónica”.
A assembleia especial
do Sínodo dos Bispos para a Amazónia, convocada pelo Papa Francisco, vai reunir
representantes católicos do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana
Francesa, Guiana, Peru, Venezuela e Suriname.
A Santa Sé adianta
que vão ainda ser convidados “homens e mulheres pertencentes aos povos
amazónicos”, para quem possam “transmitir os seus desejos e anseios mais
profundos”.
A Igreja Católica é
desafiada a promover “vocações autóctones de homens e mulheres” para poder
promover uma “autêntica evangelização do ponto de vista indígena, segundo os
seus usos e costumes”.
“Trata-se de
indígenas que pregam aos povos indígenas a partir de um profundo conhecimento
da sua cultura e sua língua, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a
força e a eficácia daqueles que têm a sua bagagem cultural”, pode ler-se.
O ‘instrumentum
laboris’ do Sínodo 2019 apelam à transição de uma “Igreja que visita” para uma
“Igreja que permanece” e está presente “através de ministros que surgem dos
seus próprios habitantes”.
Os responsáveis
católicos são chamados a estudar que “tipo de paróquia” pode responder aos
novos desafios da pastoral urbana, nas regiões amazónicas, promovendo o diálogo
ecuménico e inter-religioso,
O texto, em oito
capítulos, encerra-se com uma reflexão sobre o papel “profético” da Igreja
Católica, sublinhando a necessidade de denunciar os “atropelos dos povos e a
destruição dos seus territórios”, com atenção “ao clamor da terra e dos
pobres”.
Esta assembleia
de bispos foi anunciada pelo Papa a 15 de outubro de 2017 e vai
refletir sobre o tema ‘Amazónia: Novos caminhos para a Igreja e para uma
ecologia integral’, de 6 a 27 de outubro de 2019.
O Sínodo dos Bispos
pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de
representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam
peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
Até hoje houve 14
assembleias gerais ordinárias e três extraordinárias, as últimas das quais
dedicadas à Família (2014 e 2015); em outubro, o Vaticano recebe uma assembleia
ordinária do Sínodo, sobre os jovens. OC|Ecclesia
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