SUDÃO DO SUL/fome Mais de metade da população do Sudão do Sul em risco de insegurança alimentar
SUDÃO DO SUL/fome
Mais de metade da população do Sudão do Sul em risco de insegurança
alimentar
14 junho 2019
ONU News
PMA/Gabriela Vivacqua
Distribuíçao de comida em Pieri, no Sudão do Sul, onde o PMA assiste 29 mil pessoas |
Cerca de 6,96
milhões de pessoas devem enfrentar níveis agudos de insegurança alimentar ou
piores até o final de julho; baixa produção de alimentos, insegurança e
conflito estão entre as principais causas; agências da ONU preparam resposta.
O
número de pessoas que enfrentam falta
crítica de alimentos no Sudão do Sul é o mais alto de todos os tempos,
alertaram esta sexta-feira três agências das Nações Unidas.
De
acordo com a pesquisa Classificação da Segurança Alimentar Integrada, IPC,
cerca de 6,96 milhões de sudaneses do Sul enfrentarão níveis agudos de
insegurança alimentar ou piores até o final de julho. O número representa 61%
da população do mais novo país do mundo.
Níveis
PMA assiste 29 mil pessoas em Pieri, no Sudão do Sul. Cerca de 6,6 mil são crianças,. |
PMA assiste 29 mil pessoas em
Pieri, no Sudão do Sul. Cerca de 6,6 mil são crianças,.
A
informação foi divulgada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação, FAO, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e o
Programa Mundial de Alimentos, PMA.
Cerca
de 21 mil pessoas devem enfrentar uma falta de acesso a alimentos de nível
catastrófico, ou fase 5, o nível mais alto da classificação. Cerca de 1,82
milhão enfrentarão o nível de emergência,
fase 4, e outros 5,12 milhões devem ocupar o nível de crise, fase 3.
As
estimativas representam um aumento desde o último relatório, de janeiro, com
mais 81 mil pessoas previstas na terceira fase, sobretudo nos estados de
Jonglei, Lakes, Unidade e Bahr el Gazal.
Causas
Entre
as causas, está o começo mais cedo da estação da estação seca, após níveis de
produção baixos em 2018, e o início tardio das chuvas sazonais. A instabilidade
econômica e os anos de conflito
também contribuíram para a interrupção dos meios de subsistência.
Outras
razões são os altos preços dos alimentos causados pelas fracas colheitas, as
perturbações do mercado devido à insegurança, os elevados custos de transporte
e a depreciação da moeda.
Em
nota, as agências afirmam que “a implementação do acordo de paz e a
estabilidade política são obrigatórias para permitir a assistência humanitária
urgente, proteger os meios de subsistência e impulsionar a produção agrícola.”
Trabalho
O
representante da FAO no Sudão do Sul, Meshack Malo, disse que "muito
trabalho precisa ser feito” e que “a recuperação da produção de alimentos e o aumento do rendimento dependem da
manutenção da paz."
A
FAO trabalha com os agricultores que foram deslocados durante o conflito e
retornam e ajudam as populações a adaptar-se às mudanças nos padrões de chuvas.
O
representante do Unicef, Mohamed Ag Ayoya, disse que a maior estabilidade no
país melhorou o acesso aos necessitados e permitiu tratar mais de 100 mil
crianças com subnutrição grave nos primeiros cinco meses deste ano. Mais de 90%
dessas crianças estão se recuperando.
Para
o diretor do PMA, Ronald Sibanda, esta "é uma corrida contra o tempo e a
natureza.” Segundo ele, é preciso “agir agora para salvar vidas e a
subsistência de milhões de pessoas à beira da fome".
Resposta
As
agências da ONU respondem a esta
crise.
A FAO fornece novas variedades de
sementes adequadas às condições locais e formação em técnicas que reduzirão as
perdas causadas por secas e inundações. A
agência apoia ainda 800 mil famílias vulneráveis com sementes, ferramentas
agrícolas e equipamentos de pesca, a agência está vacinando animais e prestando
outros serviços veterinários.
O Unicef pretende ampliar os serviços
durante a época de escassez para alcançar mais crianças. Mais de 100 mil menores afetados devem receber
ajuda durante o pico da baixa temporada.
O PMA deve prestar apoio a 5,1 milhões de pessoas, distribuindo comida e dinheiro. A
agência já preparou 173 mil toneladas de alimentos em mais de 60 áreas, mais 66
mil toneladas do que no mesmo período de 2018. ONUNews
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