NIGÉRIA/perseguição Leah Sharibu passou o aniversário em cativeiro na Nigéria. Pela segunda vez. O preço da liberdade
NIGÉRIA/perseguição
Leah
Sharibu passou o aniversário em cativeiro na Nigéria. Pela segunda vez. O preço
da liberdade
Por
Fundação AIS
28 Maio, 2019
Foto: AIS |
Está em cativeiro desde 19 de Fevereiro de 2018. Foi
raptada com mais 110 colegas do seu colégio pelo Boko Haram, um dos mais
temíveis grupos terroristas da actualidade. Todas as outras raparigas foram
libertadas menos ela. Leah Sharibu recusou renunciar ao Cristianismo, como os
terroristas exigiam. Sexta-feira, 17 de Maio, foi o dia do seu aniversário. Fez
16 anos. Leah teve a coragem de continuar em cativeiro para permanecer livre.
Ninguém sabe ao certo como está Leah Sharibu desde
que esta jovem cristã foi raptada pelo Boko Haram, grupo terrorista de
inspiração islâmica que luta pela criação de um “califado” no norte da Nigéria.
Ninguém sabe sequer se esta jovem cristã está a ser maltratada fisicamente ou
não. O simples facto de estar em cativeiro é uma violência sem nome, sobretudo
tratando-se de uma jovem, uma adolescente. Leah foi raptada juntamente com mais
110 raparigas que estudavam num colégio interno na cidade de Dapchi, situada na
Diocese de Maiduguri, no nordeste do país, no dia 19 de Fevereiro de 2018. Um
mês depois, todas as outras raparigas foram devolvidas às suas famílias com
excepção de Leah Sharibu, que sendo a única cristã do grupo recusou
converter-se ao Islamismo como os terroristas exigiam a troco da sua
libertação. O Boko Haram é considerado um dos mais temíveis e sanguinários
grupos terroristas da actualidade. Ninguém sabe ao certo como são os dias de
Leah Sharibu, mas imagina-se a angústia dos seus pais na passada sexta-feira,
17 de Maio, dia em que a filha fez 16 anos. A impotência perante o destino de
Leah deve ser imensa… Os dias e as horas são infindáveis desde que ela foi
raptada. A última vez em que tiveram notícias dela foi em Outubro. Nesse mês,
os terroristas divulgaram um vídeo onde ameaçavam manter a jovem cristã como
“escrava para a vida”. Imagina-se o sofrimento dos pais de Leah… Sobra-lhes
apenas a certeza da fé. A mesma fé que fez a jovem enfrentar os terroristas
para lhes dizer “não”. Leah teve a coragem de não renunciar ao Cristianismo, de
não abandonar a sua religião. Teve a coragem de continuar em cativeiro para
permanecer livre.
O
ataque a Dapchi
O assalto à escola de Dapchi fez lembrar ao mundo o
ataque, em Abril de 2014, a uma outra escola, em Chibok. Dessa vez, mais de
duas centenas de raparigas caíram nas mãos dos terroristas. Muitas conseguiram
fugir, outras foram libertadas e algumas estão a estudar no estrangeiro.
Responsáveis de uma dessas escolas, a Universidade Americana de Yola, dizem que
essas alunas têm padrões de comportamento que revelam sentimentos profundos de
depressão que só o tempo poderá amenizar. Na verdade, ninguém consegue imaginar
o medo que todas estas raparigas já experimentaram. Em Maio de 2014, Abubakar
Shekay, o líder do Boko Haram, apareceu num vídeo onde se viam dezenas de
raparigas vestidas dos pés à cabeça com trajes muçulmanos. Eram antigas alunas
da escola de Chibok. Abubakar ameaçou vender todas essas jovens, afirmando que
“a escravidão é permitida” na sua religião. Relatos surgidos então na imprensa
davam conta de que algumas das estudantes de Chibok teriam sido mesmo forçadas
a casar ou teriam sido vendidas como escravas. A BBC chegou a escrever, citando
testemunhas, que algumas dessas jovens terão sido vendidas por cerca de 12
euros cada uma. Leah Sharibu fez 16 anos no dia 17 de Maio. Ninguém consegue
imaginar o medo que esta adolescente cristã estará a sentir desde que caiu nas
mãos dos terroristas, desde que foi raptada. Há só uma certeza nesta história.
Leah teve a coragem de não renunciar ao Cristianismo, de não abandonar a sua
religião. Teve a coragem de continuar em cativeiro para permanecer livre. Por
isso, Leah Sharibu, que fez agora apenas 16 anos de idade, é um exemplo para
todos nós.
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