PAPA FRANCISCO: Papa que provoca por Armando Soares







          





Gostei do título que Fernando C. Rodrigues deu a um seu artigo no CM, no dia 19.09 numa ressonância “Um Papa que provoca” E tem um profundo sentido que sinto na minha pele. Quando há poucos anos passei por Buenos Aires, a capital da Argentina, indo e vindo para os Glaciares da Terra do Fogo, tive ocasião de “ver” as duas cidades de Buenos Aires: a dos muito ricos e a dos muito pobres. Ficamos deveras “doentes” ao ver quilómetros e quilómetros de barracas ao longo e à beira da Auto Estrada. Um ambiente pobre e desolador. Aqui viveu e trabalhou o Papa Francisco. Teria de ser o Papa dos pobres, e anunciador de uma Igreja pobre. Um jesuíta com opção franciscana “Francisco de Assis”. Um homem humilde que, logo que se apresentou aos servos de Deus, aos fiéis, na Praça de São Pedro, em Roma, pediu para rezarem por ele antes de dar a bênção Urbi et Orbi.
Admirável pelos seus gestos, e não menos admirável pelas suas palavras cheias de amor, de carinho, de fraternidade não fingida. O Papa quando se bota fora do Vaticano, por exemplo em Lampedusa, é para estar no meio de quem sofre, é para sacudir as consciências e vencer a indiferença que nos torna insensíveis aos problemas dos demais. Lampedusa tornou-se o centro da extrema periferia da Europa e do sofrimento, como Buenos Aires, centro do grande luxo e grande pobreza.
Estamos num mundo desorientado. Um mundo sem Deus. Num mundo que é um desafio com tantos dramas humanos. Num mundo de tragédia. Num mundo de sinal mais, isto é, que procura a Deus. De muitos Papas (Bispos, padres, leigos) Franciscos precisa este mundo para encontrar Deus que vem ao nosso encontro.


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