AMAZÓNIA mulheres


AMAZÓNIA mulheres
Papa defende novos «serviços e carismas femininos», com reconhecimento oficial
Fev 12, 2020 - 11:00
Francisco rejeita propostas que visem «clericalizar as mulheres»

O Papa defende na sua nova exortação ‘Querida Amazónia’, divulgada hoje pelo Vaticano, a criação de novos “serviços e carismas femininos”, mas rejeita propostas que visem “clericalizar as mulheres”.
“A situação atual exige que estimulemos o aparecimento doutros serviços e carismas femininos que deem resposta às necessidades específicas dos povos amazónicos neste momento histórico”, refere o documento, que surge após a assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a região pan-amazónica”, celebrada com o tema ‘Amazónia, novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral’, de 6 a 27 de outubro de 2019.
Francisco indica que as mulheres têm “um papel central nas comunidades amazónicas”, pelo que “deveriam poder ter acesso a funções e inclusive serviços eclesiais que não requeiram a ordem sacra [diaconado, presbiterado e episcopado] e permitam expressar melhor o seu lugar próprio”.
Tais serviços implicam uma estabilidade, um reconhecimento público e um envio por parte do bispo. Daqui resulta também que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na guia das comunidades, mas sem deixar de o fazer no estilo próprio do seu perfil feminino”.
 O texto presta homenagem às mulheres que ajudaram a manter viva a fé na Amazónia, “durante longo tempo, mesmo décadas, sem que algum sacerdote passasse por lá”.
“Durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente. No Sínodo, elas mesmas nos comoveram a todos com o seu testemunho”, recorda o pontífice.
Francisco questiona a visão “funcional” dos serviços e ministérios da Igreja Católica, um “reducionismo” que levaria, segundo o documento, “a clericalizar as mulheres e diminuiria o grande valor do que elas já deram”.
O texto critica ainda “conceções parciais sobre o poder na Igreja”, sustentando que “as mulheres prestam à Igreja a sua contribuição segundo o modo que lhes é próprio e prolongando a força e a ternura de Maria, a Mãe”.
O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.


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