SÍRIA violência refugiados
SÍRIA refugiados
Guterres: “É preciso romper o círculo vicioso de violência e sofrimento
na Síria”
BR 21 fevereiro 2020
Quase 900 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, tiveram que fugir
por causa dos últimos combates no país; secretário-geral contou a
correspondentes que “esse pesadelo humanitário” tem que acabar.
O alerta foi feito nesta
sexta-feira pelo secretário-geral António Guterres, que acrescentou que “todos
estão cientes” da crise que acontece no noroeste do país e “do terrível custo
humano para os civis”. Segundo ele, “é crucial romper o círculo vicioso de
violência e sofrimento.”
Menino em um assentamento informal no noroeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia. Foto: Unicef/Nour Alshami |
Combates
Falando a jornalistas, em Nova
Iorque, o chefe da ONU destacou que "quase 900 mil pessoas, a grande
maioria mulheres e crianças, fugiram nos últimos combates nas mais
trágicas circunstâncias” e que “centenas foram mortas”.
Ele contou que muitas dessas
pessoas foram deslocadas, várias vezes, e que “as crianças estão morrendo de
frio.” Guterres acrescentou que “os combates estão agora avançando para áreas
com as maiores concentrações de pessoas, incluindo deslocados,” ameaçando
a ajuda humanitária.
Proteção
Para o secretário-geral, “o direito humanitário internacional e a proteção de civis foram sistematicamente ignorados.” Segundo ele, “à medida que o espaço para segurança diminui, aumenta a chance de sofrimento humano.”
Para o secretário-geral, “o direito humanitário internacional e a proteção de civis foram sistematicamente ignorados.” Segundo ele, “à medida que o espaço para segurança diminui, aumenta a chance de sofrimento humano.”
No início deste mês, a ONU
acreditava que precisaria “alcançar 800 mil pessoas deslocadas pela violência
recente ”, mas agora terá de mobilizar uma ação muito maior.
As Nações Unidas está emitindo
um apelo urgente aos doadores por um valor adicional de US$ 500 milhões para
cobrir nos próximos seis meses, as necessidades das pessoas recém-deslocadas.
Guterres lembrou que “a zona
para atenuação do conflito em Idlib foi criada em 2017”. O local foi tema
de outro memorando entre a Rússia e a Turquia em setembro de 2018. Mas segundo
ele, “no final de fevereiro de 2019, o acordo começou a falhar, apesar de
várias renovações de cessar-fogo nos meses subsequentes, mais recentemente em
12 de janeiro.”
O secretário-geral disse que
por quase um ano, foram vistas “uma série de ofensivas terrestres do governo
sírio apoiadas por ataques aéreos russos.” Já este mês, “houve repetidos
confrontos mortais entre as forças dos governos turco e sírio.”
Para Guterres, “tudo isso
indica que, além de uma situação humanitária dramática e deteriorada”, existe
“o risco de um confronto cada vez mais sério, com consequências mais
imprevisíveis.”
Cessar-fogo
Cessar-fogo
Guterres enfatizou que pediu
“repetidamente um cessar-fogo imediato em Idlib para encerrar a catástrofe
humanitária e agora, também, para evitar uma escalada incontrolável.”
Além disso, ele pediu para que
seu enviado especial à Síria, assim como o coordenador de ajuda emergencial no
país, informem constantemente ao Conselho de Segurança, como foi feito esta
semana.
Mensagem
O chefe da ONU afirmou que “a
mensagem é clara: não há solução militar para a crise na Síria.” Para ele, “a
única solução possível permanece política.”
Ao finalizar suas declarações,
Guterres destacou que “esse pesadelo humanitário feito por mãos humanas ao povo
sofredor da Síria deve acabar”, e que “deve acabar agora.”
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