SÍRIA bombardeios em Idlib
SÍRIA bombardeios em Idlib
Bombardeios atingem escolas,
matando crianças e professoras
Na quarta-feira – dia 26 fev -
forças do governo sírio bombardearam alvos civis na Província de Idlib, no
âmbito da campanha militar para derrotar os rebeldes. O UNICEF denunciou que
"pelo menos 40 mulheres e crianças ficaram feridas nesses ataques, que
ocorrem em um momento em que a escalada da violência no norte da Síria obriga
mais de meio milhão de crianças a fugir."
"A onda de violência não
cessa e matou pelo menos nove crianças e três professores, enquanto 10 escolas
e jardins de infância foram atacados há dois dias em Idlib, no noroeste da
Síria”, afirma o Diretor Regional do UNICEF para o Oriente Médio e Norte da
África, Ted Chaiban.
23/02/2020
Quase 280.000 crianças deixaram
de receber instrução devido aos combates. Pelo menos 180 escolas na área foram
danificadas, destruídas ou acolhem famílias deslocadas.
“Condenamos com veemência a
morte e o ferimento de crianças. Escolas e outras instalações educacionais são
um refúgio para crianças. Atacá-las é uma grave violação dos direitos da
criança”, diz Ted Chaiban. “Todas as partes do conflito na Síria devem proteger
as crianças e impedir os ataques às estruturas civis que as hospedam, incluindo
as escolas”.
Na Província de Idlib, no
âmbito da campanha militar para derrotar os rebeldes, as forças do presidente
Bashar Assad capturaram nos últimos dias dezenas de aldeias, incluindo redutos
rebeldes na última área mantida pela oposição.
O porta-voz da ONU, Stephane
Dujarric, disse que a situação é cada vez mais grave após um aumento nas
hostilidades nas últimas 48 horas. Ataques aéreos foram relatados no dia
anterior em 19 comunidades, com bombardeios em 10 aldeias em Idlib e Hama. Pelo
menos 21 civis foram mortos, incluindo cinco mulheres e nove crianças, quer nos
ataques aéreos como terrestres. Os ataques aéreos também atingiram e
danificaram instalações médicas e educacionais, incluindo Hospital Central de
Idlib e várias instalações que serviam de abrigo para as pessoas deslocadas,
disse Dujarric.
19/02/2020
Mais de 300 civis foram mortos
desde o início de dezembro, quando as tropas do governo lançaram uma nova
campanha militar para recuperar Idlib, a última região significativa controlada
pela oposição no país. De acordo com a ONU, 948.000 pessoas tiveram que
abandonar suas casas e buscar refúgio em áreas mais seguras próximo da
fronteira com a Turquia. Os combates desencadearam um desastre humanitário,
forçando a ida de pessoas para campos de refugiados já superlotados, em meio à
escassez de alimentos e remédios.
O Grupo de Coordenação de
Resposta à Síria, um grupo de ajuda que opera no noroeste do país, disse que as
forças do governo atingiram vários alvos civis nas últimas 24 horas, incluindo
oito escolas, três centros médicos e vários assentamentos onde as pessoas
deslocadas pelos combates se abrigaram. A declaração do grupo condenou o
"silêncio da comunidade internacional", chamando-o de "convite
aberto" para as forças do governo apoiadas pela Rússia continuarem seu
ataque.
Um médico em Idlib que se
identificou como Ihsan Eidi disse que as condições médicas estavam se
deteriorando rapidamente em Idlib, acrescentando que mais de 50 hospitais e
centros de saúde ficaram fora de serviço nos últimos nove meses. "Tínhamos
pouco equipamento e a maioria foi danificada pelas bombas, infelizmente",
disse ele no vídeo divulgado por uma organização de caridade conhecida como Islamic Relief Worldwide. Ele
acrescentou que, com o fluxo de pessoas deslocadas neste período de baixas
temperaturas, os assentamentos das barracas se tornaram superlotados, o que faz
com que as doenças se propaguem com mais facilidade. A violência ocorreu quando
uma delegação russa estava programada para chegar na Turquia na quarta-feira
para retomar as negociações destinadas a diminuir as tensões na região de
Idlib, no noroeste.
Turquia e Rússia apoiam grupos
rivais no conflito sírio e, nas últimas semanas, Ancara enviou milhares de
tropas turcas para Idlib. Confrontos entre tropas turcas e sírias provocaram a
morte de 16 soldados turcos mortos neste mês. Ativistas da oposição síria
disseram que as forças do governo atacaram um comboio militar turco em uma
estrada perto da vila de Bara, no noroeste.
Na terça-feira, tropas sírias
abateram um avião turco sobre Idlib, dizendo que estava realizando uma missão
de reconhecimento sobre uma cidade recentemente capturada por forças do
governo. Um comunicado do exército sírio disse que as forças do governo
capturaram, além de dezenas de aldeias, algumas colinas estratégicas nas
profundezas das áreas fortemente fortificadas que outrora eram mantidas por
insurgentes.
(Com UNICEF e Associated
Press)
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