Eutanásia I: «somos contra», somos pela vidaD.
Eutanásia I: «somos contra», somos pela vida
16 Fevereiro,
2020 JM-222
D.R. |
Papa Francisco: eutanásia é uma derrota
para todos
In Vatican News
Sobre
o caso dramático de Noa Pothoven, a jovem holandesa de 17 anos que
escolheu morrer, no dia 2 de junho de 2019, assistida por médicos
especializados em suicídio assistido, escreveram Sergio Centofanti/Raimundo de
Lima, no Vaticano,
Apresentam
a análise do Papa Francisco: “A eutanásia e o suicídio assistido são uma
derrota para todos. A resposta a que somos chamados é nunca abandonar aqueles
que sofrem, mas cuidar e amar para restaurar a esperança”, escreveu no Twitter.
O
Papa evoca sempre com veemência, o respeito à vida desde a concepção até à
morte natural. Em relação à eutanásia e ao suicídio assistido, disse que “são
graves ameaças para as famílias no mundo inteiro”.
Enquanto
“sua prática é legal em muitos Estados, a Igreja “sente o dever de ajudar as
famílias que cuidam” de seus entes queridos quer doentes, quer anciãos –
afirmou (Amoris laetitia, 48). Cultura da morte e cultura do descarte não são um
sinal de civilização, mas um sinal de abandono que pode disfarçar-se também
de “falsa compaixão”, ressalta.
«A segunda causa de morte dos jovens na Europa é o
suicídio. A Europa é já envelhecida, tem poucos filhos. É preciso uma
verdadeira revolução de fraternidade, de amor, de futuro, em vista do bem comum
para todos; de contrário, os jovens, os adolescentes mais frágeis, como se deu
com a jovem Noa, serão as primeiras vítimas.”
A
vida deve ser acolhida, defendida, protegida e acompanhada. Jamais nos é
solicitado fazer o trabalho sujo da morte: quem ama, ajuda a viver. E se esse
amor é forte, jamais ajuda a encurtar a vida.”
CEP apoia referendo sobre eutanásia
In Agência Ecclesia
A
Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou o seu apoio à realização de
um referendo contra a despenalização da eutanásia em Portugal. “A opção mais
digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como compromisso de
proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural.”
Os
bispos aludem à “hipótese da despenalização da eutanásia na Assembleia da
República”.
“A
sociedade, incluindo a Igreja Católica, tem de ser ouvida sobre questões que
são essenciais da própria vida. A legitimidade [do Parlamento] é, naturalmente,
para servir o bem comum do povo português”, indicou o padre Manuel Barbosa.
A
Assembleia da República agendou para 20 de fevereiro o debate e votação dos
projetos de lei com vista à legalização da eutanásia, apresentados pelo PS, BE,
PAN, PEV e IL.
“Uma
decisão tão grave e fraturante como a de despenalizar e legalizar certos casos
de morte a pedido não deve ser tomada no interior dos partidos e nos corredores
de São Bento”.
Médicos Católicos Portugueses: oposição à
legalização da eutanásia
In
Renascença
Num
comunicado, a Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) afirma que o
Serviço Nacional de Saúde (SNS) apresenta “enormes deficiências” e uma “parte
significativa da população” está em listas de espera a aguardar consultas e
cirurgias. Assinala que os cuidados paliativos “não podem ter listas de espera”
e que “todos” querem ter a “oportunidade de ter uma morte assistida”.
“Devemos
defender uma morte assistida em vez de promover uma vida abreviada”,
acrescenta.
Para
a AMCP, “é urgente humanizar o fim de vida” e todos devem “exigir” que o Estado
não se demita de oferecer aos doentes com doenças ameaçadoras para a vida e às
suas famílias “os cuidados paliativos de que necessitam”.
A
Associação “reitera” a sua oposição à legalização da eutanásia em Portugal.
“Esta
lei virá pressionar os doentes
com doenças graves e incuráveis, ou numa maior solidão, ou sem apoio, ou
sentindo-se inúteis e mais um fardo para a sociedade”, a pedirem a eutanásia, por não
terem acesso aos cuidados paliativos.
A
Associação lembra que a eutanásia e o suicídio assistido “não são tratamentos
médicos” e que à medicina compete “tratar as doenças, cuidar e aliviar o
sofrimento humano”.
A
organização acredita que não cabe aos médicos assumirem o papel de “autênticos
carrascos, executando um homicídio”, mesmo que a “pedido do doente e com
cobertura legal”.
Eutanásia: questão de Estado
Uns
projectos-lei apresentados na Assembleia da República querem que o Estado
português providencie no sentido de que sejam mortos aqueles cidadãos que o
requererem. Dizem que faz parte das liberdades e dos direitos humanos.
Deixemo-nos
de rodeios. A questão não é acerca duma liberdade individual. A questão é se
(sim ou não) o Estado português pode aceitar que alguém o obrigue a matar em
determinadas condições.
A
questão é acerca daquilo que o Estado português pode ou não fazer. É a sua
configuração de Estado que está em causa. Portugal reconheceu que a vida humana
não está ao dispor do Estado, recusando há muito a existência da pena de morte.
E
poderá alguém exigir ao Estado que o mate por piedade?
Por
mim, penso que o Estado português não pode aceitar que alguém o obrigue a
matar, por qualquer razão que seja. Toda a vida humana tem uma dignidade tão
grande que ultrapassa qualquer consideração que o Estado ou o próprio cidadão
possam fazer.
Um
Estado que se queira civilizado, a alguém que pede para ser morto, só pode
responder com cuidados. A vida não pode ser eliminada. A vida só pode ser
cuidada.
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