Eutanásia I: «somos contra», somos pela vidaD.


Eutanásia I: «somos contra», somos pela vida
D.R.
Papa Francisco: eutanásia é uma derrota para todos
In Vatican News
Sobre o caso dramático de Noa Pothoven,  a jovem holandesa de 17 anos que escolheu morrer, no dia 2 de junho de 2019, assistida por médicos especializados em suicídio assistido, escreveram Sergio Centofanti/Raimundo de Lima, no Vaticano,
Apresentam a análise do Papa Francisco: “A eutanásia e o suicídio assistido são uma derrota para todos. A resposta a que somos chamados é nunca abandonar aqueles que sofrem, mas cuidar e amar para restaurar a esperança”, escreveu no Twitter.
O Papa evoca sempre com veemência, o respeito à vida desde a concepção até à morte natural. Em relação à eutanásia e ao suicídio assistido, disse que “são graves ameaças para as famílias no mundo inteiro”.
Enquanto “sua prática é legal em muitos Estados, a Igreja “sente o dever de ajudar as famílias que cuidam” de seus entes queridos quer doentes, quer anciãos – afirmou (Amoris laetitia, 48). Cultura da morte e cultura do descarte não são um sinal de civilização, mas um sinal de abandono que pode disfarçar-se também de “falsa compaixão”, ressalta. 
 «A segunda causa de morte dos jovens na Europa é o suicídio. A Europa é já envelhecida, tem poucos filhos. É preciso uma verdadeira revolução de fraternidade, de amor, de futuro, em vista do bem comum para todos; de contrário, os jovens, os adolescentes mais frágeis, como se deu com a jovem Noa, serão as primeiras vítimas.”
A vida deve ser acolhida, defendida, protegida e acompanhada. Jamais nos é solicitado fazer o trabalho sujo da morte: quem ama, ajuda a viver. E se esse amor é forte, jamais ajuda a encurtar a vida.”


CEP apoia referendo sobre eutanásia
In Agência Ecclesia
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou o seu apoio à realização de um referendo contra a despenalização da eutanásia em Portugal. “A opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural.” 
Os bispos aludem à “hipótese da despenalização da eutanásia na Assembleia da República”.
“A sociedade, incluindo a Igreja Católica, tem de ser ouvida sobre questões que são essenciais da própria vida. A legitimidade [do Parlamento] é, naturalmente, para servir o bem comum do povo português”, indicou o padre Manuel Barbosa.
A Assembleia da República agendou para 20 de fevereiro o debate e votação dos projetos de lei com vista à legalização da eutanásia, apresentados pelo PS, BE, PAN, PEV e IL. 
“Uma decisão tão grave e fraturante como a de despenalizar e legalizar certos casos de morte a pedido não deve ser tomada no interior dos partidos e nos corredores de São Bento”. 

Médicos Católicos Portugueses: oposição à legalização da eutanásia 
In Renascença
Num comunicado, a Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) afirma que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) apresenta “enormes deficiências” e uma “parte significativa da população” está em listas de espera a aguardar consultas e cirurgias. Assinala que os cuidados paliativos “não podem ter listas de espera” e que “todos” querem ter a “oportunidade de ter uma morte assistida”.
“Devemos defender uma morte assistida em vez de promover uma vida abreviada”, acrescenta.
Para a AMCP, “é urgente humanizar o fim de vida” e todos devem “exigir” que o Estado não se demita de oferecer aos doentes com doenças ameaçadoras para a vida e às suas famílias “os cuidados paliativos de que necessitam”.
A Associação “reitera” a sua oposição à legalização da eutanásia em Portugal.
“Esta lei virá pressionar os  doentes com doenças graves e incuráveis, ou numa maior solidão, ou sem apoio, ou sentindo-se inúteis e mais um fardo para a sociedade”,  a pedirem a eutanásia, por não terem acesso aos cuidados paliativos. 
A Associação lembra que a eutanásia e o suicídio assistido “não são tratamentos médicos” e que à medicina compete “tratar as doenças, cuidar e aliviar o sofrimento humano”.
A organização acredita que não cabe aos médicos assumirem o papel de “autênticos carrascos, executando um homicídio”, mesmo que a “pedido do doente e com cobertura legal”.

Eutanásia: questão de Estado
D. Nuno Brás in Jornal da Madeira 
Uns projectos-lei apresentados na Assembleia da República querem que o Estado português providencie no sentido de que sejam mortos aqueles cidadãos que o requererem. Dizem que faz parte das liberdades e dos direitos humanos.
Deixemo-nos de rodeios. A questão não é acerca duma liberdade individual. A questão é se (sim ou não) o Estado português pode aceitar que alguém o obrigue a matar em determinadas condições.
A questão é acerca daquilo que o Estado português pode ou não fazer. É a sua configuração de Estado que está em causa. Portugal reconheceu que a vida humana não está ao dispor do Estado, recusando há muito a existência da pena de morte.
E poderá alguém exigir ao Estado que o mate por piedade? 
Por mim, penso que o Estado português não pode aceitar que alguém o obrigue a matar, por qualquer razão que seja. Toda a vida humana tem uma dignidade tão grande que ultrapassa qualquer consideração que o Estado ou o próprio cidadão possam fazer.
Um Estado que se queira civilizado, a alguém que pede para ser morto, só pode responder com cuidados. A vida não pode ser eliminada. A vida só pode ser cuidada.




Comentários

Mensagens populares