JAPÃO lepra


JAPÃO lepra
Japão deve continuar ações de assistência a pessoas com hanseníase ou lepra
BR  ONUnews  
 19 fevereiro 2020
Atualmente, 1,1 mil pessoas vivem de forma segregada em 13 sanatórios no Japão.
UNISDR

 19 fevereiro 2020
Em comunicado, relatora especial da ONU sobre a eliminação da discriminação contra pessoas afetadas pela lepra e seus familiares conta que 1,1 mil pessoas são obrigadas a viverem de “forma segregada”; segundo Alice Cruz, atendimento de saúde deve ser igual para todos.

O Governo do Japão em parceria com a sociedade civil tem dado um bom exemplo sobre a eliminação da discriminação e do preconceito com pessoas afetadas pela Hanseníase ou lepra. 
A declaração é da relatora especial* da ONU sobre o tema, Alice Cruz.
Relatora da ONU para a eliminação da discriminação das pessoas com hanseníase, Alice Cruz. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Sociedade civil
Ela acaba de realizar uma visita oficial de oito dias ao Japão, onde visitou pessoas afetadas e familiares, autoridades locais, pessoal de saúde e representantes da sociedade civil.
Pediu a todas as autoridades que continuem os esforços e ações sobre cooperação internacional principalmente na área de proteção dos direitos dos idosos, que vivem com lepra.
Alice Cruz falou sobre avanços feitos nos direitos das pessoas com a doença, que foram marginalizadas, especialmente com base nas decisões da justiça no distrito de Kumamoto, nos últimos 18 anos.
Segundo ela, o governo respondeu à voz das pessoas afetadas e reconheceu a própria responsabilidade por violações passadas desses direitos. O governo japonês também ofereceu compensação, um pedido público de desculpas e passou a tratar a hanseníase como uma questão transversal.

Mudança
Para a relatora, ainda existe dificuldade para se alcançar mudança contra a estigmatização das pessoas com lepra na sociedade.
Atualmente, 1,1 mil pessoas vivem de forma segregada em 13 sanatórios no Japão.
A idade média dessas pessoas é 86 anos de idade e muitos têm dificuldades físicas ou psicossociais.
Esses pacientes de hanseníase sofreram com políticas de esterilização, de segregação forçada e foram tratados de forma desumana por causa de uma doença que se tornou curável.

Cuidados
O Japão criou programas de reparação, que para a relatora precisam ser expandidos visando uma cura eficiente.
Alice Cruz propõe ainda a garantia de liberdade de expressão e de capacidade legal, serviços de apoio e de aconselhamento de alta qualidade.
Uma outra preocupação da relatora é com ambientes que ajudem na reconstrução de relações familiares.

Museu
Durante a viagem ao Japão, ela se reuniu com representantes de vários Ministérios, de organizações da sociedade civil, e com especialistas em direito e saúde, além de académicos.
Alice Cruz também visitou o Museu da Hanseníase, o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e sanatórios para pessoas com lepra em Tóquio e em Nagashima, onde ouviu diretamente quem vive com a doença.
O relatório sobre a visita e as recomendações devem ser apresentados ao Conselho de Direitos Humanos em junho, em Genebra.

Comentários

Mensagens populares