SUDÃO DO SUL ventos de paz
SUDÃO DO SUL ventos de paz
Ventos de paz no Sudão do Sul:
anunciado governo de unidade nacional
Momento decisivo no Sudão do Sul, que poderia ser o prenúncio do fim de
um conflito civil que dura seis anos. O presidente, Salva Kiir, anunciou um acordo
com o líder dos rebeldes, Riek Machar, para a formação de um governo nacional
Giancarlo La Vella – Cidade do
Vaticano
Depois de seis anos de guerra
civil, o Sudão do Sul, o jovem país africano, poderá finalmente encontrar a
paz. No próximo sábado (22) os dois eternos inimigos, o presidente Salva Kiir e
o líder da oposição Riek Machar, têm a possibilidade de dar vida a um governo
de unidade nacional. São os próprios líderes a anunciarem a notícia.
Ao comentar o acordo alcançado
o Presidente disse: “Logo farei a nomeação dos vice-presidentes e entre estes
encontra-se Riek Machar”. “Ainda estamos enfrentando algumas questões, mas
espero resolver tudo em breve tempo”, replicou Machar. A comunidade internacional,
que segue de perto o destino do Sudão do Sul, desde 2011, quando foi sancionado
o nascimento do país com um referendo para a separação do Sudão, aplaude o
acordo mas segue com apreensão e temores de que tudo possa naufragar. Em abril
de 2019 o Papa Francisco recebeu no Vaticano os dois líderes, Salva Kiir e
Riech Machar: um encontro importante que trouxe como fruto a vontade comum de
proceder rumo à conciliação. Francisco tinha manifestado também a vontade de
visitar o Sudão do Sul com o primaz da Igreja Anglicana Justin Welby, e o
reverendo da Igreja presbiteriana da Escócia, John Chalmers.
A questão central: gestão dos
recursos
A formação de um governo de
unidade nacional era o ponto crucial do Acordo de paz assinado em setembro de
2018, mas nunca foi colocado em prática, com o objetivo de pôr fim ao conflito
entre Kiir e Machar, que representam as duas etnias que formam a população do
Sudão do Sul. A guerra civil, que decorre desde 2013, explodiu apenas dois anos
depois da proclamação da independência do Estado africano. Na época, não houve
acordo sobre várias questões em pauta, como a formação de um exérvito unificado
e a criação de uma força de proteção para garantir a segurança de Machar. Mas
um outro tema a ser resolvido, também importante, segundo o missionário
comboniano padre Giulio Albanese, africanista, é o da gestão dos recursos
naturais dos quais o país é muito rico no seu subsolo.
Unificar as etnias do Sudão do
Sul
Outro desafio a ser vencido, mas
será preciso muito tempo, afirma o padre Albanese, é o de unificar realmente
uma população muito dividida por causa da estrutura étnica da sua sociedade. De
fato, no Sudão do Sul, vivem vários povos e fala-se muitas línguas. O povo
Dinca, formado por cerca de um milhão de pessoas, é a maior tribo subsaariana.
Além disso nesta Nação vivem os Shilluk, os Nuer, os Acholi e os Lotuhu. Do
ponto de vista das religiões praticadas, a maior parte do sudaneses observa
ritos tradicionais, as chamadas religiões animistas, enquanto que uma
considerável minoria se professa cristã. A Igreja Católica é a confissão cristã
mais numerosa desde 1995, com 2 milhões e 700 mil fiéis. Portanto o país
precisa de uma grande ajuda da comunidade internacional para da
multiplicidade chegar à unidade.
Comentários
Enviar um comentário