PAPA economia mais justa
PAPA economia mais justa
Papa questiona quem acumula riqueza e apela a «economia mais justa e
inclusiva»
Fev 24, 2020 - 10:31 Ecclesia
Mensagem de 2020 denuncia ataques contra a vida humana e a natureza
O Papa Francisco questiona na sua mensagem para a Quaresma de 2020 os que
acumulam riqueza, apelando a uma “economia mais justa e inclusiva”.
“A partilha, na caridade, torna o homem
mais humano; com a acumulação, corre o risco de embrutecer, fechado no seu
egoísmo. Podemos e devemos ir mais além, considerando as dimensões estruturais
da economia”, escreve, num texto divulgado hoje pelo Vaticano.
A mensagem que orienta o tempo de
preparação para a Páscoa, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas, tem como
tema ‘Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus’, partindo de
uma passagem da segunda carta de São Paulo aos Coríntios.
O quarto ponto do texto fala numa “riqueza
que deve ser partilhada, e não acumulada só para si mesmo”.
“Também hoje é importante chamar os homens
e mulheres de boa vontade à partilha dos seus bens com os mais necessitados
através da esmola, como forma de participação pessoal na edificação dum mundo
mais justo”, escreve o pontífice.
O Papa sublinha que, na Quaresma de 2020 –
mais concretamente, de 26 a 28 de março –, convocou para Assis jovens
economistas, empresários e agentes de mudança (changemakers), “com o objetivo
de contribuir para delinear uma economia mais justa e inclusiva do que a
atual”.
Colocar
o Mistério pascal no centro da vida significa sentir compaixão pelas chagas de
Cristo crucificado presentes nas inúmeras vítimas inocentes das guerras, das
prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas
formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens
da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede
desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria”.
A Quaresma é um tempo de 40 dias que tem
início com a celebração de Cinzas – este ano no próximo dia 26 – marcado por
apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa,
a principal festa do calendário cristão.
“Invoco a intercessão de Maria Santíssima
sobre a próxima Quaresma, para que acolhamos o apelo a deixarmo-nos reconciliar
com Deus, fixemos o olhar do coração no Mistério pascal e nos convertamos a um
diálogo aberto e sincero com Deus”, conclui.
Francisco marca o início da Quaresma com a
tradicional procissão desde a Basílica de Santo Anselmo para Santa Sabina, em
Roma, onde preside à Missa com o rito da imposição das cinzas, a partir das
16h30 (menos uma em Lisboa).
OC
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