EUTANÁSIA cristãos em defesa da vida




EUTANÁSIA cristãos em defesa da vida
AR aprova projetos de despenalização
Bispos portugueses recebem com tristeza aprovação da despenalização da eutanásia no país
Episcopado português reiterou a defesa da vida, enquanto a Associação dos Médicos Católicos Portugueses afirmou em um comunicado que "a eutanásia nunca poderá ser considerada como um ato médico", e pede que o presidente da República vete o projeto de lei.
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) expressou “enorme tristeza” pela aprovação na quinta-feira, 20, dos cinco projetos de lei  – BE, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal – que legalizam a eutanásia no país, e reiterou seu apoio a todas as iniciativas que atuam pela “defesa da vida”.
Em comunicado enviado à Agência Ecclesia ainda na quinta-feira, o secretário e porta-voz da Conferência Episcopal portuguesa, padre Manuel Barbosa, afirmou que “é com enorme tristeza que assistimos hoje à decisão da Assembleia da República ao aprovar, em votação na generalidade, cinco projetos de despenalização da eutanásia”.
O sacerdote recordou a posição do Conselho Permanente de 11 de fevereiro, onde assume a necessidade de defesa da vida “em profunda sintonia com o Papa Francisco”, que desafia os profissionais da saúde a “terem em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos como a eutanásia, o suicídio assistido ou a supressão da vida, mesmo se o estado da doença for irreversível”. “A Conferência Episcopal acompanha e apoia todas as iniciativas que continuarão a decorrer pela defesa da vida e contra a eutanásia”, refere o comunicado.
Patriarca de Lisboa: vida contemplada em todo o arco existencial

O porta-voz dos bispos portugueses também recorda as declarações do cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa no contexto do debate parlamentar, onde sublinha a necessidade da vida ser “devidamente contemplada em todo o arco existencial”.
“Aquilo que importa enquanto Igreja, e importa a muitas outras forças da sociedade civil, a maior parte delas nem são propriamente presenças religiosas, são profissionais e de outras áreas, e até inter-religiosas, é que a vida seja devidamente contemplada em todo o arco existencial, independentemente do que possa acontecer legislativamente”, disse D. Manuel Clemente.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, afirmar a vida “no seu todo” é “uma insistência” e uma convicção que “permanece independentemente do que possa acontecer legislativamente”, que implica todos “como sociedade, crentes e não crentes”, disse esta tarde aos jornalistas.
“Não basta dizer, como dizemos e insistimos porque estamos convictos disso, que vida tem de ser contemplada no seu todo. Porque se começamos a fazer exceções, mesmo que sejam a pedido, a vida não se aguenta na sua inteireza”, sublinhou, realçando que como sociedade é preciso estar “mais presentes”.
O cardeal-patriarca de Lisboa reafirmou o apelo que tem feito aos políticos de que “esta é uma frente comum, é uma frente humana, essencial” e não se pode “deixar ninguém sozinho ao longo da sua vida”, sobretudo quando mais precisa.
Eutanásia nunca poderá ser considerada como um ato médico

A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP), por meio de uma nota, considera a decisão como um “retrocesso civilizacional” e pede ao Presidente da República para vetar o projeto.
“A AMCP reitera que é absolutamente contra a eutanásia e exorta a um maior investimento das entidades competentes nos cuidados paliativos em Portugal” e reafirma que  “a legislação aprovada criará uma desconfiança generalizada na relação médico-doente, já que o poder de provocar ou antecipar a morte de alguém, ainda que a pedido do próprio, vai contra a própria medicina.” 
“A medicina apoia a sua prática no diagnóstico e no tratamento das doenças, no alívio do sofrimento dos doentes, sempre com a finalidade de defesa da vida humana e não em decisões que, com o subterfúgio de querer eliminar o sofrimento do doente, eliminam a pessoa”, diz o comunicado. “Por este motivo, a eutanásia nunca poderá ser considerada como um ato médico.”
(Com Agência Ecclesia)

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