EUTANÁSIA grupos que se opõem
EUTANÁSIA
grupos que se opõem
Juristas, empresários, enfermeiros, médicos e
psicólogos afirmam oposição à «morte a pedido» e criticam a «pressa»
parlamentar
Fev 14, 2020 - 9:59
Comunicado conjunto de cinco
associação católicas sublinha que legalização a morte a pedido é uma “questão
de relevante alcance civilizacional”
Cinco
associações profissionais católicas divulgaram esta quinta-feira um comunicado
onde asseguram que “a morte não é resposta” diante do sofrimento, reafirmam a
oposição à morte a pedido e criticam “a pressa” na votação da legalização da
eutanásia.
“A resposta à
doença e ao sofrimento nunca pode ser a morte provocada. Nunca podemos desistir
de combater e aliviar o sofrimento e a eutanásia e o suicídio assistido são uma
forma de desistir desse combate: não eliminam ou aliviam o sofrimento, eliminam
a vida da pessoa que sofre”, afirma o comunicado.
Num documento assinado pela Associação Católica dos
Enfermeiros e Profissionais de Saúde, Associação dos Juristas Católicos,
Associação dos Médicos Católicos Portugueses, Associação dos Psicólogos
Católicos e Associação Católica de Empresários e Gestores, refere-se que o “tão
rápido agendamento parlamentar” da votação dos projetos de legalização da
eutanásia revela “desconsideração dos instrumentos da democracia
participativa”.
“Nenhum dos dois
maiores partidos com representação parlamentar inscreveu nos seus programas
eleitorais a legalização da eutanásia e do suicídio assistido. Não estamos
perante matéria de importância secundária que dispense uma qualquer forma de
manifestação da vontade popular”, escrevem as associações.
Para as
signatárias do documento, a proposta de legalização da eutanásia é uma “questão
de relevante alcance civilizacional” porque “quebra” um princípio básico e
alicerce da ordem jurídica portuguesa, a que afirma a “proibição de matar” e a
“inviolabilidade da vida humana”.
“Derrubado esse
alicerce, todo o edifício da civilização e da ordem jurídica ameaçará ruir. É
assim impossível conter a prática da eutanásia e do suicídio assistido
limitando-a a casos excecionais. Isso mesmo demonstra a prática dos países que
seguiram tal via há mais tempo – Holanda e Bélgica – e, mais recentemente – o
Canadá”, acrescenta o documento.
Para as cinco
associações católicas, “a vida humana nunca perde dignidade, nunca deixa de ser
merecedora de proteção” porque “não há vidas indignas de ser vividas”.
“Para combater e
aliviar o sofrimento, servem, antes, os cuidados paliativos, ainda não
acessíveis a todos os portugueses. Generalizar esse acesso, acolhendo esse
sofrimento, deveria ser a prioridade e a pressa dos que querem votar a
legalização da eutanásia e do suicídio assistido”, afirmam.
Os deputados
portugueses vão discutir e votar a legalização da eutanásia de quatro projetos
de lei – apresentados pelo PS, Bloco de Esquerda (BE), PAN e Os Verdes (PEV) –,
no próximo dia 20, na Assembleia da República.
Em 2016, a CEP publicou a Nota Pastoral ‘Eutanásia: o que está em causa? Contributos para um
diálogo sereno e humanizador’, na qual os bispos católicos afirmam que “nunca é
absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede
a eutanásia”.
PR
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