EUTANÁSIA Humanizar Portugal
EUTANÁSIA Humanizar Portugal
Plataformas lançam
manifesto Humanizar Portugal
Fev 12, 2020 - 15:28
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defendem que ser humano deve estar no centro de todas as decisões
Foto: Agência ECCLESIA/HM |
Lisboa, 12 fev 2020 (Ecclesia)
– As plataformas ‘Stop Eutanásia’ e ‘Pensar e Debater’ promoveram em Lisboa uma
sessão para apresentar o manifesto “Humanizar Portugal”, no qual defendem que
“os cuidados paliativos são a resposta ao sofrimento”.
O texto, divulgado esta
terça-feira, classifica como “obsessiva e absurda” a intenção de legalizar a
eutanásia e o suicídio assistido numa época em que a medicina oferece
“alternativas” às pessoas.
Graça Varão, da plataforma
‘Pensar e Debater’ considera “gravíssima” a hipótese de legalização da
eutanásia.
“Queremos chamar a população,
chamar a sociedade civil para a sensibilizar para esta necessidade de
humanizarmos Portugal, de humanizarmos os nossos serviços de saúde, as nossas
famílias, as empresas e hospitais”, refere à Agência ECCLESIA.
Miguel Gómez, da associação
‘Profesionales por la Ética’, uniu-se a esta sessão, considerando que a
prioridade passa por “gerar um debate social, para que a lei não se aprove no
Parlamento por simples matemática e para que a população esteja consciente das
mudanças que esta lei vai significar na forma como nos relacionamos”.
No dia em que Espanha aprovava
a proposta do Partido Socialista de levar a debate o tema da eutanásia, Miguel
Gómez dava conta da total ausência de debate social em torno desta questão.
“Porque não estamos perante
uma questão partidária de direita, esquerda ou liberal, é uma questão de
humanidade e de entender qual é a melhor forma de abordar o sofrimento, a dor,
pelo qual todos os cidadãos passam de uma forma ou de outra”, indica.
O cirurgião Gentil Martins,
que esteve presente no lançamento da iniciativa, denunciou o que considera como
uma “manipulação das palavras” por parte de quem pretende a legalização da
eutanásia.
Isto é um erro tremendo que estão a fazer, manipulando as palavras.
Quando se diz morrer com dignidade, então se eu morrer naturalmente não é
digno? Eu tenho que ser morto para morrer com dignidade? Usam as palavras com
sentido deturpado para que a resposta seja a que pretendem. Isto é
perfeitamente miserável e desonesto na minha opinião”.
Os promotores do Manifesto
convidaram também aqueles que vivem a realidade do sofrimento no seu dia a dia.
Fernando Azevedo, que vive
dependente de uma cadeira de rodas e incapacitado por uma Esclerose Lateral
Amiotrófica, recordou os dias em que a incapacidade se conjugou com as dificuldades
económicas.
“Os políticos que se preocupam
com a eutanásia e em dar às pessoas uma morte digna, por que não permitem antes
que elas tenham uma vida digna? A morte é certa e se tivermos uma vida digna, a
morte será digna também”, indicou.
Conceição Lourenço fundou a
Associação Filhos sem Voz para dar relevo à condição de vida de quem tem de
cuidar de um filho com deficiência profunda e não o consegue conciliar com um
emprego.
A entrevistada considera que o
Estado “tem muito caminho para fazer”, antes de se preocupar com propostas como
a legalização da eutanásia.
O manifesto ‘Humanizar Portugal’ é acompanhado de um
guião que, segundo os promotores, pretende ajudar a construir um Portugal mais
solidário, sintetizando em dez pontos as práticas e atitudes alternativas à
eutanásia.
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