PAPA vida humana Papa denuncia destruição de vidas humanas, das guerras ao aborto
PAPA vida humana
Papa denuncia destruição de vidas
humanas, das guerras ao aborto
Fev 26, 2020 - 16:04
«Somos um bocado de pó no universo, mas somos o pó amado por
Deus», disse Francisco
O Papa Francisco denunciou hoje em
Roma a destruição de vidas humanas, das guerras ao aborto, falando na
celebração da Quarta-feira de Cinzas, a que presidiu na Basílica de Santa
Sabina.
“Olhamos em volta e vemos pó de morte, vidas reduzidas a cinzas:
escombros, destruição, guerra. Vidas de bebés inocentes não acolhidos, vidas de
pobres rejeitados, vidas de idosos descartados”, disse, na Missa que marcou o
início do tempo litúrgico da Quaresma, a preparação para a Páscoa no calendário
católico.
Numa intervenção que se centrou na simbologia das cinzas,
Francisco alertou para os conflitos no seio das famílias e na própria Igreja.
“Não estamos no mundo para isso. Valemos muito mais, vivemos para
muito mais: para realizar o sonho de Deus, para amar. A cinza pousa nas nossas
testas, para que, nos corações, se acenda o fogo do amor”, apontou.
O Papa apresentou a vida humana como “um pó precioso, destinado a
viver para sempre”, pela intervenção de Deus.
No longo decorrer dos séculos e milénios, passamos num ‘ai’;
comparados com a imensidão das galáxias e do espaço, somos minúsculos; somos um
bocado de pó no universo, mas somos o pó amado por Deus”.
A cerimónia da Quarta-feira de Cinzas no Aventino, em Roma,
começou um momento de oração na Igreja de Santo Anselmo (beneditinos), seguida
da procissão penitencial e a Missa com a bênção e o rito da imposição das
Cinzas na Basílica de Santa Sabina (dominicanos).
“O pó sobre a cabeça faz-nos ter os pés assentes na terra:
recorda-nos que viemos da terra e, à terra, voltaremos; isto é, somos débeis,
frágeis, mortais”, indicou Francisco.
“Somos cidadãos do céu. E o amor a Deus e ao próximo é o
passaporte para o céu; é o nosso passaporte. Não poderão valer-nos os bens
terrenos que possuímos – são pó que desaparece! –, mas salvar-nos-á o amor que
oferecemos na família, no trabalho, na Igreja, no mundo: tal amor permanecerá
para sempre”, acrescentou.
O Papa pediu que a Quaresma seja um tempo de conversão, sem
“inúteis moralismos”, superando a “hipocrisia”.
“Quantas vezes pregamos uma coisa e fazemos outra”, lamentou.
No caminho rumo à Páscoa, Francisco apontou duas passagens: “A
primeira, do pó à vida, da nossa humanidade frágil à humanidade de Jesus, que
nos cura”.
“E depois de ter acolhido o seu amor, depois de ter chorado à
vista deste amor, a segunda passagem, para não voltar a cair da vida ao pó:
vai-se receber o perdão de Deus, na Confissão, porque lá o fogo do amor de Deus
consome a cinza do nosso pecado”, prosseguiu.
A Quaresma é um tempo de 40 dias, que tem início com a celebração
de Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de
preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
Comentários
Enviar um comentário