PAPA lei do amor é contracorrente


PAPA lei do amor é contracorrente
Papa celebrou Eucaristia na cidade italiana de Bari: optemos pelo amor, mesmo contracorrente
“Se quisermos ser discípulos de Cristo, se nos quisermos chamar cristãos, o caminho é amar”, disse o Papa na Missa celebrada na conclusão do Encontro de reflexão e espiritualidade "Mediterrâneo, fronteira de paz" (23.02)
Por Vatican News  | Raimundo de Lima
Foto: Vatican Media
“Aí está a revolução de Jesus, a maior da história: do inimigo a odiar passar ao inimigo a amar; do culto do lamento, à cultura do dom. Se formos de Jesus, este é o caminho!” Foi a indicação do Papa na missa celebrada na manhã deste domingo (23/02) na cidade de Bari, sul da Itália, no encerramento do Encontro de reflexão e espiritualidade “Mediterrâneo, fronteira de paz”, promovido pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), ocasião em que Francisco encontrou patriarcas, cardeais, bispos e sacerdotes participantes.
Na homilia da celebração, o Santo Padre ateve-se à página do Evangelho deste VII Domingo do Tempo Comum, em cujas leituras somos chamados à santidade.
Francisco ressaltou que nela Jesus cita a lei antiga do “olho por olho e dente por dente”. Impedia retaliações mais graves, mas Jesus  vai mais além, muito mais além!
Chamados à lei do amor
“Eu digo-vos: Não oponhais resistência ao mau” (Mt 5, 39). Mas como, Senhor? Se alguém pensa mal de mim, se alguém me faz mal, não posso retribuir-lhe com a mesma moeda? “Não” – diz Jesus. Não-violência, nenhuma violência, frisou o Pontífice.
Jesus pede para amar mesmo a quem nos faz mal:
“PORQUE O PAI AMA SEMPRE A TODOS. ELE ‘FAZ COM QUE O SOL SE LEVANTE SOBRE OS BONS E OS MAUS, E FAZ CAIR A CHUVA SOBRE OS JUSTOS E OS PECADORES’ (MT 5, 45).”
Jesus “não levantou a mão contra aqueles que O condenaram injustamente e mataram, mas abriu-lhes os braços na cruz. E perdoou a quem Lhe fincou os cravos nos pulsos”.
Perdoados, chamados a perdoar
“Se quisermos ser discípulos de Cristo, se nos quisermos chamar cristãos, este é o caminho. Amados por Deus, somos chamados a amar; perdoados, a perdoar; tocados pelo amor, a dar amor sem esperar que comecem os outros; salvos gratuitamente, a não buscar lucro algum no bem que fazemos.”
“‘Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem’. É a novidade cristã”, ressaltou. “Orar e amar: isto é o que devemos fazer. O Senhor pede-nos a coragem dum amor sem fronteiras e sem barreiras, sem cálculos. Porque a medida de Jesus é o amor sem medida.”
O mandamento do amor no coração do Evangelho
Observou o Papa
:“O mandamento do amor não é uma simples provocação; está no coração do Evangelho. Sobre o amor para com todos, não procuremos desculpas. O Senhor não Se mostrou prudente, não desceu a compromissos, pediu-nos o extremismo da caridade. É o único extremismo cristão: o do amor.”
Francisco afirmou ainda que o culto a Deus é contrário à cultura do ódio. E a cultura do ódio combate-se, contrariando o culto do lamento.
“Quantas vezes nos lamentamos do que não recebemos, daquilo que está errado! Jesus bem sabe que muitas coisas estão erradas, que haverá sempre alguém que nos quer mal, até mesmo alguém que nos perseguirá. Mas a nós, Jesus pede-nos apenas para rezar e amar.”
Caminho de Jesus: amor ativo, humilde, levado ao extremo
Nos “getsêmanis” de hoje, ressaltou, no nosso mundo indiferente e injusto, onde parece assistir-se à agonia da esperança, “o cristão não pode fazer como aqueles discípulos que, primeiro, empunharam a espada e, depois, fugiram. Não! A solução é o caminho de Jesus: o amor ativo, o amor humilde, o amor levado ‘até ao extremo’”.
Francisco concluiu afirmando que com seu amor sem limites Jesus eleva o nível da nossa humanidade, e que se a meta fosse impossível o Senhor não nos teria pedido para a atingir.
Não contentar-se com meias medidas
“Mas, sozinhos, é difícil. É uma graça que devemos suplicar a Deus a força de amar, dizendo-Lhe: ‘Senhor, ajudai-me a amar; ensinai-me a perdoar’”, acrescentou.
E exortou: “Não nos deixemos condicionar pelo pensamento comum, nem nos contentemos com meias medidas. Acolhamos o desafio de Jesus, o desafio da caridade. Seremos verdadeiros cristãos e o mundo será mais humano.”
Raimundo de Lima – Cidade do Vaticano

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