MARCO DE CANAVESES CASTELINHO Santuário de Nossa Senhora do Castelinho

MARCO DE CANAVESES
CASTELINHO  Santuário da Nossa Senhora do Castelinho

MARCO DE CANAVESES
CASTELINHO  Santuário de Nossa Senhora do Castelinho
Penedo do Clamor (Cramol)

No Castelinho, um monte que se ergue na freguesia de Avessadas (antiga São Martinho de Avessadas), concelho de Marco de Canaveses, há um santuário cujos cultos são estranhos e persistentes. É um terreiro a que o povo trata por Senhora do Castelinho.
É um santuário com igreja mas o que mais importa é a pedra que lá paira em cima. É dela que tudo cresce e é a ela que se pedem milagres.
O Penedo do Clamor
A existência do santuário está ligada a penedos mágicos que recolhiam a paganidade dos locais. Estes que são similares, na função, a muitos outros já aqui descritos: a Rocha dos Namorados junto de Reguengos de Monsaraz, o Penedo dos Cornudos perto de Amarante, as Pedras Parideiras na Serra da Freita, a Cadeira de São Gens em Lisboa. Neste caso, não é apenas um penedo a originar o posterior santuário cristão mas sim dois.
Um deles fica mais abaixo da actual igreja, em Chelo, e é onde, segundo crença, Nossa Senhora repousou, estando ainda lá visível a cavidade para o seu corpo – onde o musgo não cresce, diz-se. Quanto ao segundo, não há como não dar por ele: é o rochedo sentinela de Avessadas, e tem direito a alta com escadaria que lhe chega aos pés. A este último, o povo deu o nome de Penedo do Clamor (ou Cramor).
Ambos são chamados pelas mulheres de Avessadas, pois a eles são atribuídas aptidões mágicas, de auxílio à amamentação e de protecção aos seus filhos – aliás, o Penedo do Clamor é também conhecido por Penedo da Procriação (lembra-nos a supracitada Cadeira de São Gens que, na capital portuguesa, dá boa fortuna a grávidas prestes a ter o parto).
São velhas fés que os humanos desenvolveram com produtos ímpares da natureza, e as pedras, neste país, são desde sempre apoios a rituais fecundos.
Um santuário `Senhora da a
Um Santuário à Natividade

O nome pelo qual todo este terreno do mundo sagrado é conhecido na gíria católica é, sem grande novidade, Santuário da Nossa Senhora da Natividade.
O nome foi escolhido pela igreja para ocultar o paganismo que o povo entregava a esta elevação com vista para o vale do Tâmega – a Natividade é uma óbvia referência aos cultos antigos aqui praticados por mulheres que cumpriam promessas afim de terem leite para dar aos filhos. Entregando o nome Natividade a Nossa Senhora faz-se uma subtil e necessária transferência do pagão para o cristão, tal como primevas Deidades dos caminhos se transformaram em Nossas Senhoras da Boa Viagem.
A construção da igreja vem também nesse sentido, e há quem ponha a hipótese que tenha sido construída por cima de uma velha ermida que, por sua vez, se empoleirou num primitivo templo pagão.

É de estrutura e arquitectura simples, com nave singular e pouco dada a grandes aventuras estéticas. No altar-mor encontra-se a imagem da Virgem que é levada, anualmente, em Setembro, para o cortejo em torno do Penedo do Clamor – mais uma vez, sublinhando a importância sacra do rochedo que completa o santuário, olhando-o de cima.
Vista para o Penedo do Clamor











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