HÉLDER CÂMARA Bispo dos pobres e oprimidos

HÉLDER CÂMARA  Bispo dos pobres e oprimidos    

Deus escolhe pessoas neste mundo para manifestar seu rosto visível entre os homens e para serem sinal do seu projecto de amor e misericórdia para com a humanidade.
É esta a missão dos santos. É esta a missão dos Profetas. Profeta não é aquele que tem dons para “adivinhar” o futuro, mas é aquele que aponta rumos novos e diferentes, vive e transmite sonhos e esperanças, avisa o que poderia acontecer se não se pusesse uma barreira aos caminhos do mal e da injustiça. É quase sempre esta missão incómoda, pois a mensagem do profeta exige quase sempre mudança e conversão, e que tenhamos deste mundo uma visão mais ampla que o nosso “eu” onde caibam todos os irmãos. E por isso os verdadeiros profetas foram e serão sempre perseguidos. Profeta que não é perseguido, é falso profeta, de certeza.

D. Hélder da Câmara, falecido aos 90 anos, bem vividos numa atitude de serviço aos outros, foi um destes Profetas verdadeiramente enviados por Deus. À Igreja toda e ao Brasil de modo particular. Este homem e este bispo, que considerava como sua paróquia o mundo todo, alcançou reconhecimento internacional como defensor e amigo dos pobres e dos oprimidos.
Admirado no exterior pela sua voz, e perseguido na época da ditadura brasileira dos anos sessenta, permaneceu sempre firme exigindo paz e justiça. Como bispo, como Padre Conciliar do Vaticano II e na Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), marcou sempre sua presença na preocupação pelos pobres do Terceiro Mundo.
D. Hélder da Câmara, o décimo primeiro de uma família de treze irmãos, cinco dos quais morreram vítimas da epidemia da gripe, foi sempre marcado pela defesa dos pobres e abandonados. O “arcebispo itinerante” tinha a compreensão e a simpatia dos jovens, dos operários, dos oprimidos e dos mais simples. Por eles lutou e deu a vida sofrendo e fazendo tudo para que este mundo fosse mais fraterno.
Seu testemunho fica como a luz a iluminar caminhos novos e caminhos de esperança e a atrair novos profetas num mundo que muito deles precisa, ainda que os enjeite e apedreje. (Raios de Luz 3)


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