MORTE A cultura da morte

A cultura da morte 




Com efeito, nos últimos tempos dos dias precedentes, todas as semanas poderíamos fazer um elenco de acontecimentos semelhantes a estes: *
·Em Timor Lorosae continuava a pairar a onda de sofrimentos, com mortos ainda não sabemos quantos e as atrocidades bárbaras que nem os animais são capazes de praticar: matar com requintes de crueldade; milhares de refugiados nas montanhas, desaparecidos e compulsivamente deslocados.
·Este ano já houve, em Portugal, 54 casos de pessoas assaltadas quando levantavam dinheiro nas caixas automáticas.
·Na África do Sul, morreram 25 turistas ingleses quando viajavam num autocarro a caminho de Lydemburg, a 220 kms de Joannesburg, e este foi o terceiro acidente de autocarro na África do Sul em apenas uma semana.
·No Iraque, vários opositores de Saddam foram assassinados por agentes de segurança e sepultados numa vala comum. Mortos de olhos vendados, mãos atadas e alvejados com metralhadoras.
·Na Arábia Saudita, segundo informações da AI, já houve este ano de 1999, 90 execuções, entre as quais 58 estrangeiros que foram decapitados.
·Grozni, a capital da república independentista da Chechénia, voltou a ser flagelada com ataques aéreos russos. O presidente da Chechénia, Aslan Maskhadov, disse a 27 de Setembro p.p., que mais de 300 pessoas morreram nesses bombardeamentos. Os islamitas chechenos são acusados duma série de atentados na Rússia com 239 pessoas mortas desde 31 de Agosto.
·Os desalojados da Chechénia andam neste momento pelos 50 a 60 mil, com grande dificuldade de acolhimento nas regiões que fazem fronteira com a república separatista.
·Cerca de 100 crianças morrem anualmente nas estradas portuguesas. A maioria por falta de cuidado, por transporte incorrecto das crianças. Milhares de portugueses infringem a lei do uso do cinto de segurança nos bancos de trás perante a complacência das autoridades. E Portugal mantém assim a liderança dos países da União Europeia onde mais jovens perdem a  vida em acidentes de viação.
·A China está a proceder à execução em massa de condenados à morte; 26 pessoas foram executadas em Chongqing, dentro de uma ampla «operação de limpeza, e segundo a campanha “bater duramente”, para poderem celebrar os 50 anos da revolução» em paz.
·Como consequência dos sismos registados na ilha de Taiwan (Formosa), no dia 29 de Setembro, o balanço oficial era de 2.113 mortos, 8.736 feridos, 34 desaparecidos e 115 pessoas sepultadas sob os escombros.
·Os mortos nos sismos da Turquia ascendem a mais de 20 mil, com elevados danos materiais e um enorme número de feridos e desalojados.

Estas são realidades, muitas das quais passaram diante dos nossos olhos aterrorizados, através dos meios de comunicação social. E apesar de todos estes sinais dos tempos, a vida decorre para muitos como se nada fosse, a não ser um movimento de solidariedade, e em muitos casos, sem continuidade. É lá longe que isto se passa, dirão alguns. Mas o mesmo se passará talvez no prédio onde vivem: situações a exigirem solidariedade.

Há muitas situações degradantes que estão bem perto e no meio de nós. Há que ter coragem para as enfrentar e resolver num respeito grande pela vida e contra a cultura da morte que invadiu o nosso mundo.

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