PAQUISTÃO Perseguição aos cristãos

PAQUISTÃO
Perseguição aos cristãos

22-8-2014

Paquistão: Mais de uma centena de cristãos mortos nos últimos 12 meses


Mais de 120 cristãos morreram no ano passado em resultado de violência religiosa no Paquistão. Os dados são avançados pelo mais recente relatório da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional. 

Nesse relatório verifica-se que a violência contra as comunidades cristãs aumentou substancialmente nos últimos meses. Sete cristãos foram mortos em ataques entre Junho 2012 e Junho de 2013, enquanto nos últimos 12 meses foram já 128.

Este aumento exponencial deve-se sobretudo ao ataque à Igreja de Todos os Santos, em Peshawar, em Setembro do ano passado, em que pelo menos 119 pessoas morreram quando dois bombistas suicidas realizaram um ataque quando decorria uma celebração eucarística na igreja, tal como a Fundação AIS noticiou na ocasião.

O grupo extremista islâmico TTP Jundullah, que tem ligações com os talibãs afegãos, reivindicou a responsabilidade pela explosão, que foi o mais mortífero ataque contra os cristãos na história do país. 

No entanto, o grupo religioso mais visado no Paquistão não são os cristãos, mas sim os muçulmanos xiitas. Mais de 220 ​​xiitas foram assassinados nos últimos 12 meses, em atentados, tiroteios e ataques direccionados contra a comunidade.

No relatório da Comissão norte-americana, refere-se que  os atentados contra “grupos religiosos” permanecem  a um nível “alarmante” no Paquistão, “com pouca ou nenhuma resposta eficaz por parte do governo a nível federal, estadual ou local”.

Na opinião dos relatores, “enquanto o governo não tomar medidas contra os autores da violência religiosa, protegendo os mais vulneráveis, a situação continuará a deteriorar-se”.

O Paquistão é normalmente considerado como um dos 10 países no mundo onde a comunidade cristã é mais violentamente perseguida por causa da sua fé, registando-se um elevado grau de impunidade para com os autores dessa violência, salientando-se os casos das conversões forçadas e da lei da blasfémia, ambas responsáveis pelo aumento das tensões religiosas. 

De referir o caso mundialmente conhecido de Asia Bibi, que, tal como a Fundação AIS tem acompanhado (ver notícia em Julho), se encontra na prisão desde 2010, condenada por blasfémia, e cujo processo continua inexplicavelmente parado.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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